A Tesla suspendeu novas encomendas de veículos Model S e Model X em seu website na China, conforme verificado por uma reportagem na última sexta-feira (11). Essas duas categorias de veículos são fabricadas nos Estados Unidos e importadas para o mercado chinês. As encomendas para esses modelos também não estão mais disponíveis na plataforma mini do WeChat na China. Até o momento, a empresa não ofereceu uma resposta oficial sobre essa decisão.
A mudança de estratégia ocorre em um contexto de intensificação da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos. A partir de hoje, a China passou a impor tarifas de 125% sobre as importações de veículos dos EUA, o que se seguiu a uma ação do presidente dos Estados Unidos que aumentou as tarifas sobre produtos chineses para 145%. Com os novos níveis de tarifas, o custo de compra para os consumidores chineses aumentou significativamente, tornando os carros da Tesla mais caros em comparação com os veículos elétricos fabricados localmente.
Com sede em Austin, Texas, a Tesla é uma das montadoras menos impactadas pelas tarifas impostas pelo governo de Trump, visto que a maior parte de sua produção é voltada para o mercado interno dos EUA. No entanto, a montadora americana também fabrica os modelos 3 e Y em sua planta localizada em Xangai, que servem tanto para o mercado chinês quanto para exportação a regiões como a Europa, representando uma parte significativa de suas vendas globais no país.
Dados fornecidos por Li Yanwei, analista da Associação de Revendedores de Automóveis da China, revelam que a China importou 1.553 unidades do Model X e 311 unidades do Model S ao longo de 2024. Esses dois modelos contabilizam menos de 0,5% das entregas totais da Tesla, que foram superiores a 657.000 veículos no ano anterior. Adicionalmente, a crescente competição de fabricantes locais, como a BYD, tem impactado negativamente as vendas da Tesla na China. Os dados recentes mostram uma queda de 25% nas entregas em todo o mundo para a categoria que inclui os modelos premium da Tesla e o Cybertruck no primeiro trimestre, em grande parte devido à falta de atualizações nos veículos e à reação do público à postura política de seu CEO.
