Um grupo de torcedores organizados do Corinthians invadiu a sede social e administrativa do clube, localizada no Parque São Jorge, em um protesto contra o que consideram “más administrações”. A ação foi liderada por grupos significativos do clube, como Gaviões da Fiel, Camisa 12, Pavilhão Nove, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Fiel Macabra, que a caracterizaram como um “ato de resistência”.
A movimentação dos torcedores começou por volta das 16h, com a tentativa de acesso ao hall da sede social. Ao serem impedidos, o grupo decidiu pular as catracas para entrar. Uma vez dentro do Parque São Jorge, os manifestantes instalaram uma faixa com a mensagem “Luto, fechado por má administração” na entrada e acorrentaram os portões. Imagens que circulam nas redes sociais registraram a entrada de dezenas de torcedores no local, levando a Polícia a enviar viaturas para monitorar a situação.
O presidente da Gaviões da Fiel, Alexandre Domênico Pereira, conhecido como Alê, se manifestou em vídeo, acusando o presidente Augusto Melo de mentir para os torcedores e destacando que o protesto era pacífico, com a participação de sócios e simpatizantes do clube. Ele ressaltou que o objetivo final é a “reforma do estatuto”, apontando que essa mudança é fundamental para que o clube encontre “novos rumos”.
Esse protesto ocorre em um contexto de crise política na diretoria do Corinthians, com o presidente Augusto Melo tendo sido afastado por decisão do Conselho Deliberativo e enfrentando uma nova votação sobre sua permanência no cargo prevista para 9 de agosto. Anteriormente, em 20 de março, o grupo Camisa 12 já havia realizado manifestação, exigindo reforços para o elenco e a contratação de um CEO, expressando insatisfação com promessas não cumpridas.
Em uma nota oficial divulgada pelas torcidas organizadas do Corinthians, foram expostas suas reivindicações, enfatizando a necessidade de “MUDANÇAS URGENTES e ESTRUTURANTES” a fim de evitar a repetição do cenário atual e proteger o clube. O comunicado destaca que “o Corinthians sangra há anos nas mãos de gestões incompetentes, amadoras e elitistas, que ignoram aqueles que sustentam o clube há mais de 114 anos: o povo!”. As exigências apresentadas, consideradas “claras e inegociáveis”, incluem a implementação do Fiel Torcedor com direito a voto; alteração imediata do estatuto, e responsabilização dos que deixaram dívidas durante suas gestões.