Quase 138 milhões de crianças estavam em situação de trabalho infantil em 2024, conforme um relatório divulgado pelas Nações Unidas. Esse estudo, realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), indica que, à atual velocidade de progressos, a erradicação do trabalho infantil poderá levar centenas de anos.
A meta de eliminação total do trabalho infantil até 2025 foi estabelecida em 2015, quando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram adotados pelas Nações Unidas. Uma década depois, dos milhões de crianças afetadas, 54 milhões trabalham em condições perigosas, incluindo atividades em minas e outros ambientes insalubres. Tal cifra representa 7,3% da população global com idades entre 5 e 17 anos.
O relatório, que é publicado a cada quatro anos, destaca que “o prazo chegou ao fim, mas o trabalho infantil ainda persiste.”
Tendências de redução são notáveis, com o número de crianças impactadas caindo de 246 milhões em 2000 para 137,6 milhões no ano anterior. Essa diminuição é vista como um avanço pelo diretor-geral da OIT. Ele observou que as conclusões do relatório trazem esperança e demonstram que o progresso é viável, porém alertou que ainda há um “longo caminho a percorrer”. A afirmação de que “as crianças devem estar na escola, não trabalhando” foi enfatizada.
O relatório também indica que o fim do trabalho infantil não pode ser alcançado sem considerar as condições que levam as famílias a permitir ou incentivar a participação das crianças em atividades econômicas. Muitas dessas crianças enfrentam dificuldades para acessar a educação, o que compromete suas oportunidades futuras e perpetua um ciclo de pobreza e privação.
Por fim, tanto o Unicef quanto a OIT pedem a implementação de soluções políticas integradas que atuem em todos os setores do governo, abordando a questão sob as perspectivas educacional, econômica e social.
