A cantora americana Tracy Chapman, de 61 anos, lançou uma nova edição em vinil de seu aclamado álbum de estreia, “Tracy Chapman”, de 1988, na sexta-feira (04). Após um longo período de reclusão, ela concedeu uma entrevista ao jornal “The New York Times”. O álbum obteve grande sucesso de vendas e rendeu à artista quatro prêmios Grammy, entre eles o de melhor artista revelação em 1989. Durante a entrevista, Chapman comentou sobre o relançamento, um projeto no qual ela vem trabalhando desde 2022. A artista revelou que a ideia inicial era celebrar o 35º aniversário do álbum em 2023, mas, devido a diversos obstáculos, a edição chega agora, no 37º ano.
Tracy compartilhou que começou a escrever músicas aos 8 anos de idade e que a música sempre fez parte do ambiente familiar em que cresceu. Em 2024, Chapman fez uma apresentação no Grammy, onde interpretou seu famoso hit de 1988, “Fast Car”, ao lado do cantor country Luke Combs, que recentemente lançou um cover da canção. Combs foi agraciado com um Grammy de melhor performance solo country pela sua versão de “Fast Car”. Em sua conversa com o NY Times, a artista comentou sobre o processo de composição da canção. Ela explicou que a escreveu da maneira como sempre fez: tocando e cantando, durante a noite ou de manhã cedo, até que a música ganhasse forma. “Alguém me perguntou outro dia: como você sabe que uma música está pronta? Cada música tem sua resposta. ‘Fast Car’ é narrativa. Uma história. Então, uma vez que você responde: sobre quem é, o que estão fazendo, para onde vão — e se está satisfeita com isso —, você chegou ao fim”, detalhou.
Para a cerimônia do Grammy 2024, Tracy reuniu sua banda original e expressou a emoção que sentiu ao entrar no espaço de ensaio. Ela destacou que chorou ao se reunir com Denny Fongheiser, que tocou bateria no disco, e outros músicos que fizeram parte de sua história. Segundo ela, já havia encontrado esses músicos separadamente ao longo dos anos, mas nunca havia reunido todos ao mesmo tempo.
Quanto ao relançamento do álbum após 37 anos, a artista afirmou que desejava que certas músicas incluídas na gravação não fossem mais relevantes. “Achei que, hoje, estaríamos em um lugar melhor. Acreditei que haveria mais justiça, equidade, menos violência”, comentou. Tracy ressaltou que, embora a jovem de 16 anos que escreveu “Talkin’ Bout a Revolution” e a mulher de 61 anos que hoje fala ainda compartilhem os mesmos valores, ela continua a almejar as mesmas mudanças.
Sobre sua produção atual, Chapman revelou que ainda está compondo. “Continuo criando. Escrevo músicas que contam histórias. Embora muitas vezes me rotulem como ‘cantora de protesto’, não vejo esse rótulo como algo que me define completamente”, observou. Além disso, a artista mencionou que ouve música contemporânea, mas exclusivamente em mídias físicas, pois não usa plataformas de streaming. “Escuto música, mas não tanto quanto antes. Pode parecer antiquado, mas não uso streaming. Compro música apenas em formato físico. Isso é importante para mim, pois os artistas recebem quando você adquire um CD ou vinil”, explicou, enfatizando que isso limita suas opções de escuta, mas que ela ainda se dedica a buscar novas músicas.