sábado, fevereiro 1, 2025
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Tragédia em festival religioso provoca vítimas na Índia

Pelo menos sete pessoas perderam a vida e cerca de dez ficaram feridas em um tumulto ocorrido durante o Maha Kumbh Mela, no norte da Índia, nesta quarta-feira (29). Uma autoridade informou que o incidente aconteceu enquanto milhões de fiéis se reuniam para participar de um mergulho sagrado, considerado o dia mais auspicioso do festival hindu que dura seis semanas. O deslizamento aconteceu entre 1h e 2h da manhã (horário local), nas proximidades da área reservada para os ascetas, onde foram erguidas barricadas para controlar o fluxo de pessoas durante o mergulho ritual, segundo Yogi Adityanath, ministro-chefe do estado de Uttar Pradesh, que abriga a cidade de Prayagraj, onde o festival acontece. O primeiro-ministro Narendra Modi expressou suas condolências através de uma postagem em uma rede social, lamentando pela “perda sofrida pelos devotos”, embora não tenha especificado a quantidade de vítimas.

A administração local está comprometida em prestar apoio às vítimas da melhor forma possível, afirmou Adityanath, que acrescentou ainda que a situação estava sob controle, embora a multidão continuasse grande. Um funcionário do estado, que preferiu não ser identificado por não estar autorizado a falar à imprensa, confirmou que “mais de sete pessoas perderam a vida e cerca de dez ficaram feridas”. Registros de vídeo e imagens mostraram corpos sendo carregados em macas, pessoas sentadas no chão em prantos, além de pertences, como roupas, sapatos, mochilas e cobertores deixados para trás por aqueles que tentavam escapar do tumulto.

Uma testemunha, que conversou com a Reuters, relatou ter visto diversos corpos enquanto acompanhava várias ambulâncias que se dirigiam apressadas à margem do rio, onde o incidente ocorreu. Testemunhas relataram um grande empurrão na confluência de três rios sagrados, um local onde o mergulho é considerado especialmente sagrado, o que fez com que muitos devotos caíssem uns sobre os outros. O ministro-chefe Adityanath pediu que as pessoas evitassem a área. Um participante do festival, Vijay Kumar, que viajou de Patna, comentou: “Tínhamos barricadas em nossa frente e policiais armados do outro lado. O empurrão por trás foi muito forte… as pessoas começaram a cair”.

Uma mulher, cuja identidade não foi revelada, mencionou à agência de notícias ANI que, durante a confusão, “pessoas continuavam pisando” em sua mãe e nela. “Estou viva, mas minha mãe não sobreviveu”, desabafou ela.

O Kumbh Mela é reconhecido como a maior reunião do mundo, atraindo aproximadamente 400 milhões de pessoas ao longo de suas seis semanas. Em comparação, a peregrinação do Hajj na Arábia Saudita contou com 1,8 milhão de participantes no ano passado. Até terça-feira, quase 200 milhões de pessoas haviam participado do festival de 2025, que começou há duas semanas. Os hinduístas acreditam que o mergulho na confluência dos três rios sagrados — Ganges, Yamuna e o mítico Saraswati, que não pode ser visto — purifica as pessoas de seus pecados e, durante o Kumbh, também proporciona a salvação do ciclo de nascimento e morte. Nesta quarta-feira, mais de 36 milhões de pessoas realizaram o mergulho sagrado, conforme relataram as autoridades.

Os participantes variam desde autoridades, como o Ministro da Defesa Rajnath Singh e o Ministro do Interior Amit Shah, a empresários de destaque, como Gautam Adani, e celebridades, incluindo Chris Martin, da banda Coldplay, e a atriz Dakota Johnson, que chegaram a Prayagraj na terça-feira (28). O primeiro-ministro Narendra Modi tem uma visita programada ao festival para o próximo mês. As autoridades esperavam um recorde de 100 milhões de pessoas na cidade temporária de Prayagraj na quarta-feira, mobilizando forças de segurança adicionais e equipes médicas, além de tecnologia baseada em inteligência artificial para gerenciar a multidão. A Força de Ação Rápida (RAF), uma unidade policial especial acionada durante crises, foi chamada para ajudar a controlar a situação e promover as operações de resgate.

Partidos de oposição criticaram tanto o governo federal quanto o estadual, responsabilizando o ocorrido por “má gestão” e pela “cultura VIP” predominante. Rahul Gandhi, líder do principal partido de oposição, o Congresso, comentou em uma rede social que a “cultura VIP” deve ser desacelerada e que o governo precisa implementar melhores arranjos para atender as necessidades dos devotos comuns. Vale lembrar que um tumulto semelhante aconteceu no dia mais auspicioso do festival na edição anterior, em 2013, resultando na morte de pelo menos 36 peregrinos, a maioria mulheres.

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