O crescimento das finanças embarcadas está transformando a forma como os consumidores acessam serviços financeiros, assim como as empresas, de diversos setores, expandem suas fontes de receita. Durante uma masterclass no Web Summit Rio, foi apresentado que o setor de embedded finance movimenta atualmente R$ 23 bilhões por ano no Brasil e US$ 148 bilhões em nível global. Esse tipo de serviço já se tornou parte do cotidiano, sendo utilizado em atividades como chamar um Uber, fazer pedidos pelo iFood ou financiar compras no varejo.
O conceito de finanças embarcadas permite que empresas de segmentos não financeiros integrem produtos bancários, como pagamentos, crédito ou contas digitais, em suas plataformas, sem que precisem operar como instituições financeiras. Essa abordagem possibilita, por exemplo, que o pagamento de uma corrida seja feito diretamente pelo aplicativo ou que o cliente contrate um parcelamento durante o checkout em uma loja online. A combinação de desintermediação bancária, desenvolvimento de APIs e o crescimento das fintechs tem fomentado a adoção do modelo em grande escala.
De acordo com especialistas, o Brasil se destaca no cenário internacional devido a um ambiente regulatório favorável. O Banco Central tem incentivado empresas a desenvolver soluções mais modernas, o que atrai mais investimentos em estratégias de embedded finance. O crescimento do Pix também exemplifica a maturidade do mercado nacional, com a ferramenta movimentando R$ 26 trilhões em 2024, o que representa um aumento de 54% em relação ao ano anterior, superando os Estados Unidos em algumas soluções de pagamento digital.
Entre as soluções mais populares de finanças embarcadas no Brasil estão os pagamentos integrados a aplicativos e plataformas, que eliminam redirecionamentos ou etapas adicionais na finalização das compras. Outra tecnologia em expansão é o Tap to Pay, já adotado por 50% da população brasileira. A personalização das soluções se destaca como um diferencial competitivo, onde as empresas oferecem soluções que refletem a identidade visual do cliente. Assim, muitos usuários podem não perceber que a transação foi realizada através de uma fintech como a Zoop.
Adicionalmente, foram apresentados exemplos internacionais, como a ampla utilização de pagamentos por biometria na China. No Brasil, além da adoção de tecnologias por aproximação, observa-se um aumento no interesse pelo conceito de unified commerce, que integra canais físicos e digitais de venda. Dados indicam que 80% dos consumidores já transitam entre esses dois ambientes, o que pressiona as empresas a eliminar pontos de atrito e proporcionar uma experiência de compra mais fluida.
