A transformação política nos Estados Unidos, caracterizada por um aumento da desconfiança no sistema político, foi acelerada durante a administração de Donald Trump, conforme análise de um diplomata de carreira. A avaliação destaca que essa tendência já existia antes de Trump assumir a presidência, refletindo um cenário em que partidos e a classe política estão perdendo o suporte popular, similar ao observado em outras nações ocidentais. Questões enfrentadas pelos Estados Unidos são consideradas reais e desafiadoras.
O ex-funcionário do governo americano identifica o fim da Guerra Fria como um importante ponto de inflexão na política do país. O subsequente desequilíbrio social resultou em uma parcela da população, sem formação universitária ou acesso à tecnologia, sendo deixada para trás. Ao mesmo tempo, mudanças demográficas e a imigração contribuíram para uma sensação de perda de identidade cultural entre uma parte significativa do eleitorado.
Adicionalmente, a crise financeira de 2008 intensificou a situação, causando um “dano incrível” à imagem que muitos americanos tinha de si mesmos e de sua nação. O impacto foi significativo, com muitas pessoas perdendo suas casas e empregos, e a recuperação dessa crise ainda não foi completamente alcançada.
A eleição de Obama, embora tenha sido um marco histórico, também contribuiu para a percepção de deslocamento entre certos grupos. Apesar do apoio ao presidente, sua ascensão gerou a impressão de que uma parte da população estava perdendo espaço em um contexto social e cultural em mudança. A sensação de que a identidade é um elemento central na atualidade é enfatizada, moldando decisões políticas e influenciando a classe política. O panorama atual revela uma nação amplamente dividida, onde questões de identidade e representação estão no cerne do debate político americano.
