Em entrevista à CNN Sustentabilidade, um professor do Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo discorreu sobre a questão da transição energética e a produção de petróleo no Brasil. O especialista afirma que a eliminação total do uso de petróleo não ocorrerá de maneira imediata, utilizando a analogia de um veículo em alta velocidade: “Se você está a 150 km/h e decidir parar abruptamente, poderá atravessar o para-brisa”.
Uma das abordagens discutidas para a transição energética é a Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS). Essa técnica envolve a produção de bioenergia a partir de matérias-primas como a cana-de-açúcar, ao mesmo tempo em que captura o dióxido de carbono (CO2) gerado durante o processo. O CO2 é, então, armazenado em profundidades de três a quatro quilômetros, onde pode se encontrar em um estado crítico semelhante ao estado líquido ou, em alguns casos, mineralizar, reagindo com rochas e permanecendo armazenado sem riscos.
A tecnologia de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS) tem sido objeto de estudos em várias partes do mundo. Quando combinada com a bioenergia, essa técnica tem o potencial de reduzir significativamente as emissões, por exemplo, associadas à produção de etanol, a ponto de possibilitar emissões negativas.
Além de combustíveis, o professor destaca que o petróleo é utilizado na fabricação de diversos materiais. A transição energética, portanto, envolve uma reavaliação mais ampla dos produtos derivados do petróleo. No centro de biologia sintética e de sistemas, são utilizadas bactérias que produzem plásticos a partir de células, permitindo a extração desse plástico. Essa abordagem visa substituir gradativamente os plásticos convencionais por alternativas mais sustentáveis.
