12 março 2025
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Treinamento Eficaz para Reconhecer Fake News, Revela Pesquisa

Um novo estudo revela que há medidas adicionais que indivíduos podem adotar para se proteger contra desinformação após serem expostos a alegações enganosas na internet. O treinamento focado em desinformação demonstrou ser uma ferramenta eficaz, permitindo que as pessoas reconheçam e rejeitem fake news em um período de apenas um mês. O autor principal do estudo, em colaboração com pesquisadores da Universidade de Oxford, enfatiza que este é o primeiro estudo que investiga sistematicamente a duração dos efeitos de intervenções modernas de inoculação.

Publicada recentemente na revista Nature Communications, a pesquisa incluiu mais de 11.000 participantes que se envolveram em um dos três tipos distintos de treinamento para detecção de desinformação. Os métodos aplicados consistiram na análise de um artigo curto para identificação de táticas enganosas, na visualização de um vídeo que demonstrava estratégias comuns de desinformação e na participação em um jogo em que os participantes criaram notícias falsas para entender a mecânica de sua produção.

Os pesquisadores avaliaram não apenas a memória do treinamento pelos participantes, mas também sua habilidade em identificar notícias falsas e sua motivação para se proteger contra informações enganosas. Os participantes foram testados imediatamente após o treinamento, novamente após dez dias e, por fim, trinta dias depois, com o objetivo de determinar a persistência de sua capacidade de identificar desinformação ao longo do tempo, especialmente em plataformas de redes sociais.

Os resultados indicaram que os indivíduos que participaram de qualquer um dos três métodos de treinamento apresentaram desempenho superior ao daqueles que não participaram. Aqueles que analisaram o artigo curto mostraram os efeitos mais prolongados — em média, cerca de um mês —, superando os que participaram de intervenção gamificada ou baseada em vídeo, cujos efeitos foram observados por cerca de duas semanas. A retenção da memória revelou-se um componente essencial na resistência a notícias enganosas.

Participantes que percebiam uma ameaça maior da desinformação mostraram-se mais propensos a se engajar no treinamento e a reter as informações adquiridas. No entanto, reforços que ajudaram os participantes a recordar o conteúdo previamente aprendido foram considerados fundamentais para um entendimento completo do material. Profissionais de comunicação sugerem que as memórias com forte ressonância emocional são mais facilmente lembradas.

A pesquisa também investiga o conceito de pré-mistificação, que se difere da desmistificação, geralmente ineficaz devido à capacidade de informações falsas de influenciar comportamentos e atitudes. A pré-mistificação, por outro lado, capacita os indivíduos a desenvolver resistência à manipulação antes de serem expostos a alegações falaciosas.

Os efeitos duradouros do treinamento dependem da duração desejada pelos participantes e da memorabilidade da intervenção inicial. Um lembrete enviado uma semana após a inoculação inicial pode contribuir para uma detecção de desinformação que persista por aproximadamente um mês e, com um segundo reforço na quarta semana, os efeitos podem se estender por meses. A pesquisa sugere que, após três a cinco reforços, parte da eficácia pode ser mantida por mais de um ano.

Embora as descobertas sejam encorajadoras, alertas foram levantados sobre a dificuldade de implementar campanhas antidesinformação em nível nacional, especialmente na ausência de vontade política. Entretanto, iniciativas locais, como a lei aprovada na Assembleia Geral de Illinois, exigindo instrução em alfabetização midiática, mostram que ações podem ser realizadas para promover a avaliação crítica das fontes de informação.

Indivíduos podem adotar práticas para minimizar o risco de serem enganados por desinformação. É aconselhável desacelerar ao encontrar novas narrativas online e processar informações com cautela. Campanhas de desinformação frequentemente alimentam desconfiança e polarização, e manter uma mentalidade aberta é crucial para a detecção de informações enganosas. Além disso, sugerem-se interações pessoais com aqueles que provocam reações de raiva, como forma de engajamento e compreensão.

Por fim, existe o incentivo para que as pessoas se testem sobre suas habilidades em reconhecer desinformação e compartilhem seus conhecimentos com outros para ampliar a conscientização. A utilização de aplicativos focados em detectar alegações falsas também é recomendada para aprimorar as habilidades de identificação de desinformação.

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