A noite de quarta-feira, 12, apresenta um cenário decisivo para o Corinthians. Após uma derrota de 3 a 0 para o Barcelona de Guayaquil no Equador, a equipe paulista está em busca de um resultado desafiador para evitar repetir o trauma da eliminação na Pré-Libertadores. Para avançar, o Corinthians precisa vencer por pelo menos três gols de diferença para levar a disputa aos pênaltis ou quatro gols para garantir a classificação em 90 minutos. Com isso, o clube pode enfrentar sua terceira eliminação na fase preliminar do torneio continental.
Os torcedores do Corinthians mantêm a esperança de uma classificação heroica na Neo Química Arena, que deverá estar lotada. No entanto, os seguidores mais céticos e os torcedores rivais têm razões para alimentar o pessimismo entre os corinthianos e a alegria entre os adversários. A partida é vista como um momento crucial e sem possibilidades de um resultado morno.
Existem três razões que favorecem a crença numa reviravolta, enquanto outras razões podem levar ao desânimo:
Motivos para acreditar na classificação:
1) Ataque potente (mas Garro pode ser ausência)
O ataque do Corinthians, que inclui Yuri Alberto, Rodrigo Garro e Memphis Depay, se configura como um dos mais perigosos. Na semifinal do Campeonato Paulista, em uma vitória por 2 a 1 sobre o Santos, Yuri marcou com assistência de Memphis, e Garro garantiu a vitória com um gol decisivo. Desde a chegada de Memphis, pelo menos um dos jogadores do trio participou de 91% dos gols do Corinthians, contribuindo para a ascensão da equipe na tabela. Entretanto, existe a possibilidade de que Garro não jogue devido a uma lesão no joelho direito, o que poderá levar o treinador Ramón Díaz a poupá-lo para as finais contra o Palmeiras.
2) Casos históricos de viradas
Viradas como a que o Corinthians precisa ocorreram em edições passadas da Libertadores no século XXI. Em 2012, a Universidad de Chile recuperou uma desvantagem de 4 a 0 para o Deportivo Quito, ao vencer por 6 a 1. Em 2017, o River Plate reverteu uma derrota de 3 a 0 para o Jorge Wilstermann, alcançando um impressionante 8 a 0 na volta. Vale destacar que os adversários jogaram sob condições desafiadoras, ao passo que o Barcelona de Guayaquil não enfrenta a mesma situação. Assim, a tarefa é difícil, mas ainda viável.
3) Forte apoio da torcida
O Corinthians não perdeu jogos na Neo Química Arena neste ano. A equipe tem atraído um público médio de 42,6 mil torcedores em 35 partidas em 2024. O apoio incondicional da torcida pode ser um diferencial, como demonstrado na vitória anterior da Pré-Libertadores contra o Universidad Central (VEN) por 3 a 2. Para o jogo da quarta-feira, os ingressos se esgotaram rapidamente, evidenciando o envolvimento da torcida. Desde a inauguração do estádio em 2014, o Timão disputou 23 partidas na Libertadores, com 13 vitórias, 4 empates e 6 derrotas, totalizando 39 gols marcados e 16 sofridos, gerando um saldo positivo de 23, o que eleva o otimismo.
Motivos para não acreditar na classificação:
1) Oscilações defensivas
A defesa do Corinthians é motivo de preocupação. Na partida de ida contra o Barcelona de Guayaquil, todos os gols sofridos derivaram de erros defensivos. Um pênalti e um gol contra, além de falhas de posicionamento estão entre os problemas enfrentados pela zaga. O histórico defensivo mostra que, no Campeonato Paulista, o Corinthians sofreu em média um gol por jogo em um total de 14 partidas. Na Libertadores, essa média é alarmante, com 2 gols tomados a cada 90 minutos em três jogos.
2) Baixo histórico em viradas na Libertadores
Em suas 18 participações na Libertadores, o Corinthians saiu derrotado 13 vezes no jogo de ida de mata-matas. Em apenas uma ocasião, tendo ido para o jogo de volta em desvantagem, conseguiu avançar, enquanto perdia apenas por um gol em 2000. Além disso, em 1996, enfrentou o Grêmio e, mesmo vencendo na volta, ficou eliminado devido à desvantagem de três gols.
3) Traumas passados na Pré-Libertadores
O Corinthians viveu momentos traumáticos em fases preliminares anteriores. Em 2011, tornou-se o primeiro clube brasileiro a ser eliminado na fase pré-Libertadores ao perder para o Deportes Tolima, mesmo contando com jogadores como Ronaldo e Roberto Carlos. Em 2020, uma nova eliminação ocorreu contra o Guaraní, onde mesmo após uma vitória no jogo de volta, a equipe foi eliminada pelo critério de gol qualificado.