15 março 2025
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Trinta dias de internação do Papa Francisco: o que sabemos?

O Papa Francisco completou 30 dias de internação no hospital público Gemelli, em Roma, no dia 15. Sua internação foi motivada por um quadro de bronquite, que se agravou após um episódio de falta de ar durante a leitura de um texto em público. A situação evoluiu para uma pneumonia bilateral, com crises respiratórias agudas, exigindo transfusões de sangue e resultando em insuficiência renal.

Desde sua internação, o Papa tem se submetido a fisioterapia respiratória, realiza exercícios espirituais e participa de missas, recebendo a eucaristia. Durante o período hospitalar, ele apresenta noites tranquilas, consome café da manhã, consegue se locomover e continua a desempenhar funções de governo, mesmo em um estado debilitado. Sua voz foi ouvida na Praça São Pedro no dia 6 de março, durante um breve discurso de 27 segundos, o que reacendeu discussões sobre sua saúde e a possível sucessão papal. Apesar de sua condição, que se mantém estável, a complexidade do quadro clínico levanta preocupações entre especialistas, que sugerem que ele pode retornar ao trabalho em um estado comprometido, aumentando a especulação sobre possíveis sucessores.

Entre os cardeais considerados candidatos à sucessão papal, especialistas em vaticanismo relatam que seus nomes já circulam na Cúria Romana, refletindo as diferentes vertentes dentro da Igreja Católica. Dentre os mais mencionados, o cardeal italiano Pietro Parolin, secretário de Estado, é visto como um candidato de consenso que poderia unir tanto progressistas quanto conservadores. Outros possíveis sucessores incluem o cardeal filipino Luis Antonio Tagle, que representa uma continuidade do pontificado de Francisco, e o italiano Matteo Maria Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, que tem se envolvido ativamente nas negociações de paz da crise na Ucrânia. A lista também contempla cardeais tradicionalistas, como Péter Erdő, da Hungria, e Willem Jacobus Eijk, da Holanda, que advogam por um retorno aos princípios conservadores da Igreja.

A complexidade do processo de escolha do novo Papa é aumentada pela diversidade e pela inexperiência de muitos cardeais. O atual pontífice nomeou 109 dos 137 cardeais que possuem direito a voto, e alguns deles são relativamente novos, o que pode dificultar a familiaridade com o processo de seleção do sucessor. Fontes próximas ao Vaticano indicam que isso pode afetar a coesão entre os cardeais, tornando o conclave mais imprevisível e propenso a surpresas.

Fatores externos também influenciam a escolha do próximo papa. A situação financeira do Vaticano tem enfrentado sérios desafios, especialmente devido à diminuição das doações em todo o mundo. Isso sugere que o novo líder pode precisar ser um administrador eficaz, capaz de enfrentar as dificuldades financeiras da Igreja. Nesse contexto, o cardeal americano Robert Francis Prevost é frequentemente mencionado por suas habilidades administrativas.

Além disso, a questão geográfica relacionada à próxima eleição do papa está em debate. Apesar da possibilidade de um novo papa da América Latina, região que foi significativamente influente sob o pontificado de Francisco, há quem acredite que o próximo líder da Igreja possa ser europeu, especialmente italiano. O último papa italiano foi João Paulo I, eleito há 45 anos. Os cardeais Claudio Gugerotti e Pierbattista Pizzaballa surgem como possíveis candidatos, reforçando uma tendência de redirecionar o foco para a Europa após a forte influência latino-americana.

Finalmente, questões sobre a postura em relação à política global também emergem neste cenário. A posição que o próximo papa poderá adotar em relação a figuras políticas, como o ex-presidente americano Donald Trump, é um tema de consideração. A Igreja Católica, dividida entre os que defendem uma abordagem mais conciliadora e os que apostam na defesa de doutrinas mais rígidas, enfrenta um futuro onde o próximo papa terá que lidar com tensões internas e desafios globais que impactam a humanidade.

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