O presidente dos Estados Unidos confirmou que as tarifas recíprocas e setoriais entrarão em vigor a partir de 2 de abril, sem a intenção de criar isenções para as taxas sobre aço e alumínio. O Brasil deverá ser um dos países mais impactados por essa medida.
Dados do governo dos EUA indicam que, no ano anterior, o Canadá liderou as exportações de aço para os Estados Unidos, com 20,9% do total. O Brasil ocupou a segunda posição, com 16%, seguido pelo México, que teve 11,1%. Aproximadamente metade das exportações brasileiras de aço é destinada ao mercado americano, o que representa um risco significativo para a indústria siderúrgica do Brasil.
Recentemente, as tarifas sobre importações de aço e alumínio foram elevadas para 25%, sem a inclusão de isenções ou exceções. Essa ação visa apoiar a indústria interna, mas também intensifica uma crescente disputa comercial global. Durante uma conversa com jornalistas a bordo do Air Force One, o presidente mencionou que tarifas recíprocas sobre parceiros comerciais seriam aplicadas em conjunto com tarifas sobre automóveis. Ele afirmou que, em alguns casos, haveria ambas as tarifas em 2 de abril.
Anteriormente, o presidente havia anunciado a implementação de tarifas recíprocas para “amigos e inimigos” a partir do início de abril. A imposição de tarifas sobre importações é uma das promessas centrais de sua campanha eleitoral, com o objetivo de “proteger” a indústria americana. No entanto, há receios sobre o potencial aumento da inflação e a possibilidade de uma recessão econômica, além de um agravamento das tensões comerciais.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada estima que as exportações do setor siderúrgico brasileiro poderão sofrer uma redução de US$ 1,5 bilhão, além de prever uma queda na produção de cerca de 700 mil toneladas neste ano. De acordo com o estudo do Ipea, a elevação das tarifas pode resultar em uma diminuição de 2,19% na produção, uma contração de 11,27% nas exportações do metal e uma redução de 1,09% nas importações.