No dia 4 de março, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dirigiu-se ao Congresso em seu primeiro discurso. Durante a fala, Trump destacou que os Estados Unidos têm investido mais recursos na guerra da Ucrânia do que os países europeus e mencionou que recebeu uma carta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informando que ele está disposto a assinar um acordo visando a paz e a negociação com a Rússia. Trump classificou a guerra como “sem sentido” e expressou seu desejo de que as hostilidades cessem.
Zelensky, por sua vez, reiterou seu compromisso com a paz em uma publicação nas redes sociais, enfatizando que ele e sua equipe estão prontos para negociar e trabalhar ao lado do presidente Trump para alcançar uma solução pacífica. O presidente ucraniano destacou que a Ucrânia está disposta a participar de negociações assim que possível, ressaltando que nenhum país deseja mais a paz do que os ucranianos.
Essas declarações de Zelensky foram feitas após a decisão do governo Trump de suspender o envio de auxílio militar aos ucranianos, uma medida que visa pressionar o líder da Ucrânia a se comprometer em um acordo de paz. A pausa no auxílio militar permanecerá até que Trump receba garantias de que Zelensky está levando as negociações a sério, conforme reportado por veículos de comunicação.
As declarações de Zelensky também ocorreram após um encontro na Casa Branca entre os dois líderes, onde houve um desentendimento. O presidente ucraniano se manifestou, chamando a reunião de insatisfatória e expressou o desejo de que as futuras interações sejam mais construtivas.
Em seu discurso, Trump ressaltou que os Estados Unidos estão “de volta” e se vangloriou das conquistas de sua administração em um curto período, afirmando que seu governo é o mais bem-sucedido da história do país. Afirmou que conseguiu mais em 43 dias do que muitos governos em anos.
O presidente abordou suas políticas de imigração, criticando o governo anterior e destacando o estado de emergência na fronteira sul. Além disso, Trump fez referência a sua saída de acordos internacionais, como o Acordo Climático de Paris e a Organização Mundial da Saúde, e mencionou a mudança de nomenclatura do Golfo do México.
Trump atribuiu o aumento nos preços de alimentos ao governo de Biden e indicou que sua administração está tomando medidas para resolver estas questões, como a redução dos custos energéticos e o estímulo à reabertura de usinas.
O discurso também incluiu a menção a um congelamento nas contratações de funcionários federais e a criação de um novo departamento, liderado por Elon Musk, voltado para a eficiência do governo. Trump garantiu que a nova pasta já identificou desperdícios no uso de recursos públicos e prometeu um realinhamento no orçamento federal.
O presidente anunciou a introdução de tarifas recíprocas que deverão começar em 2 de abril, além de tarifas aplicadas a países como Canadá, México e China, reafirmando que os Estados Unidos não aceitam mais serem “roubados” por outros países.
Trump ainda destacou a implementação de políticas rigorosas no controle das fronteiras e da imigração, mencionando um decreto que classifica gangues e cartéis como organizações terroristas.
Durante o discurso, houve um incidente com o deputado democrata Al Green, que provocou tumulto ao criticar Trump publicamente. O presidente da Câmara dos Representantes ordenou a retirada de Green, que havia interrompido o discurso com gritos. A situação gerou confusão e vaias por parte dos congressistas republicanos presentes.