O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está avaliando a possibilidade de implementar tarifas em resposta a países que instituem impostos sobre serviços digitais daquelas empresas. Na sexta-feira, 21, Trump emitiu um memorando que direciona o escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos a reexaminar os impostos aplicados por regiões como a União Europeia, Reino Unido, Turquia, Índia e Canadá. Esta iniciativa retoma uma discussão que já havia sido considerada durante seu primeiro mandato. Em um discurso, Trump expressou a sua insatisfação, afirmando que “o que estão fazendo conosco em outros países é terrível no setor digital”.
O memorando destaca, entre outras questões, os impostos sobre serviços digitais aplicados na França e no Reino Unido. Além de reavaliar as taxas sobre empresas norte-americanas, o governo dos EUA irá investigar quaisquer regulamentações ou políticas que possam “inibir o crescimento” ou “colocar em risco a propriedade intelectual” das empresas americanas fora do país. Trump reforçou no documento que sua administração não permitirá que empresas e trabalhadores norte-americanos, bem como os interesses econômicos e de segurança nacional, sejam afetados por políticas externas que sejam julgadas unilaterais e anticompetitivas.
Esses impostos sobre serviços digitais têm gerado preocupações contínuas para grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos, incluindo Google, Meta, Apple e Amazon, que têm buscado aproximação com Trump após sua reeleição nas eleições presidenciais de 2024. Desde o retorno à Casa Branca, Trump tem se esforçado para reformular as relações comerciais internacionais, impondo tarifas a vários países e setores. Parte de suas promessas de campanha, essa política tarifária tem sido gradualmente implementada ao longo do último mês. O presidente já comunicou a imposição de tarifas de 25% sobre aço e alumínio, além de uma taxa adicional de 10% sobre produtos provenientes da China. Como resposta, o Ministério das Finanças chinês aplicou tarifas de 15% sobre carvão e Gás Natural Liquefeito (GNL) dos EUA, além de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns modelos de automóveis.
Os Estados Unidos também anunciaram tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México. Contudo, após diálogos com esses dois países, o governo americano decidiu adiar a implementação das tarifas por um mês, permitindo renegociações. Até o dia 2 de abril, o governo norte-americano terá que decidir sobre a aplicação de tarifas de 25% sobre uma variedade de produtos, incluindo madeira, automóveis, semicondutores, chips e produtos farmacêuticos.