sexta-feira, fevereiro 7, 2025
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TRUMP E A LOUCURA DA ‘RIVIERA DO ORIENTE MÉDIO’

Enquanto líderes globais tentavam elaborar estratégias e avaliar o impacto das políticas protecionistas dos Estados Unidos, um anúncio inesperado foi feito por Donald Trump na noite de terça-feira, 4. Durante a visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, à Casa Branca, o presidente americano declarou sua disposição em assumir o controle da Faixa de Gaza, incluindo a possibilidade de enviar tropas. Essa afirmação, que vai além da proposta anterior de realocar palestinos em países vizinhos, como Egito e Jordânia, causou surpresa até mesmo em Netanyahu, que parecia atônito diante das câmeras.

Embora tal declaração possa ter sido vista como um exagero, é importante interpretar as palavras de Trump, tanto explicitamente quanto implicitamente. A ideia de uma ocupação americana em Gaza nunca foi considerada pelos Estados Unidos, nem solicitada por Israel, e poderia agravar a já complicada situação na região, marcada por conflitos históricos. Além disso, essa proposta contrasta com as promessas de campanha de Trump, que frequentemente manifestou a intenção de pôr fim a “guerras desnecessárias” que Washington se envolveu desde os ataques de 11 de setembro. Entretanto, a mensagem sobre a aliança com Netanyahu foi claramente transmitida.

A proposta de transformar Gaza em uma “Riviera do Oriente Médio”, com a construção de resorts de luxo, implica uma violação do direito internacional e poderia ser considerada uma forma de perseguição étnica. Nem os assessores da presidência conseguiam explicar a origem da ideia polêmica, e passaram grande parte da semana tentando esclarecer as reais intenções do presidente, afirmando que o governo americano não alocaria fundos para a reconstrução de Gaza, que já estava em ruínas devido aos ataques israelenses em resposta ao Hamas.

A reação de nações como Rússia, China e França foi rápida, desaprovando os comentários de Trump. Mesmo a Arábia Saudita, tradicional aliada dos Estados Unidos, enfatizou que não há como resolver o conflito no Oriente Médio sem o reconhecimento de um Estado palestino. A população de Gaza, que soma cerca de 2 milhões de habitantes, continua sem saber qual será seu futuro.

O delicado cessar-fogo está prestes a avançar para uma nova fase, envolvendo a liberação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos. Contudo, Trump levantou dúvidas ao afirmar que não possui “garantias” de que o acordo será respeitado. Em meio a comentários provocativos e ideias impossíveis de serem implementadas, uma verdade permanece: Gaza não é um destino de férias.

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