O presidente dos Estados Unidos realizou uma reunião com importantes varejistas, incluindo empresas como Walmart, Home Depot, Lowe’s e Target, para debater as tarifas abrangentes que poderão aumentar os custos dos produtos de uso diário importados. Essas grandes redes varejistas norte-americanas dependem significativamente de produtos importados, e as tarifas — que incluem taxas de 145% sobre produtos provenientes da China — podem aumentar ainda mais a pressão sobre os consumidores, que já enfrentam os efeitos de uma inflação prolongada.
Um porta-voz do Walmart descreveu a reunião como produtiva, embora não tenha fornecido detalhes específicos sobre as discussões. O presidência-executivo da empresa, Doug McMillon, esteve presente no encontro. Essa foi a primeira vez que McMillon se reuniu com Trump desde a implementação das tarifas do “Dia da Libertação”. Em abril, ele havia mencionado que não teve uma conversa pessoal sobre as tarifas com o presidente, embora outros executivos do Walmart tivessem mantido contato com a administração.
As políticas tarifárias do governo Trump têm causado impactos significativos em diversos setores e agitado os mercados financeiros dos Estados Unidos nas últimas semanas. O presidente expressou descontentamento recentemente em relação aos comentários de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que indicou riscos de um crescimento econômico mais lento e maior inflação. As vendas nos mercados dos EUA apresentaram quedas significativas na segunda-feira, enquanto os títulos do Tesouro e o valor do dólar também enfrentaram pressões.
As tarifas abrangentes anunciadas em 2 de abril afetaram diversos países, com uma suspensão temporária de 90 dias para algumas tarifas, exceto aquelas aplicáveis à China, que foi escolhida para taxas máximas. Um representante da Home Depot classificou a reunião como informativa e construtiva, enquanto um porta-voz da Target informou que o CEO da empresa, Brian Cornell, participou de uma discussão produtiva sobre futuros caminhos no comércio. A Lowe’s não respondeu a solicitações de commentário.
Cerca de mais da metade das importações do Walmart e da Target vêm da China, conforme dados divulgados pelas empresas, e a Home Depot e a Lowe’s também realizam importações desse país. Analistas estão preocupados com o impacto que as tarifas poderão ter nas margens de lucro desses varejistas. Até o momento, as ações do Walmart apresentaram um aumento inferior a 2% em 2025, enquanto as demais empresas registraram perdas significativas, com a Target sofrendo a maior queda, de 32% neste ano.