9 março 2025
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Trump Enxerga o Mundo como um “Condomínio” Global, Afirma Alberto Pfeifer

O coordenador do grupo de Estratégia Internacional da USP, Alberto Pfeifer, observa que Donald Trump está retomando conceitos tradicionais relacionados a território e população em sua visão política. Essa abordagem se alinha a uma perspectiva “neovestfaliana”, um termo que remete à Paz de Vestfália, que encerrou a Guerra dos Trinta Anos no século 17 e estabeleceu as bases modernas para a soberania e o Estado-nação. Pfeifer argumenta que Trump enfatiza a ideia de “América primeiro”, o que reforça noções de identidade nacional e destino manifesto, evidenciando uma visão simplista sobre as relações internacionais.

Atualmente, o cenário global é caracterizado por uma intensa competição entre potências, com a China despontando como o principal adversário da hegemonia dos Estados Unidos, sobretudo no setor tecnológico. A Rússia é vista como um “disruptor” que procura reorganizar sua esfera de influência, definida como seu “exterior próximo”. Além disso, mudanças na Europa também são notadas, já que a região tem gradualmente abandonado a ideia de uma união supranacional em favor de identidades nacionais mais robustas. Esse movimento é descrito como um processo de crescente “neovestfalização” ou nacionalismo.

No que diz respeito à visão de Trump sobre a ordem mundial, Pfeifer ressalta que o ex-presidente não parece disposto a abrir mão do espaço ocupado pelos Estados Unidos para outras potências. Em lugar disso, ele propõe uma espécie de “condomínio” internacional, no qual cada potência detém controle sobre sua área de influência imediata. Pfeifer exemplifica essa situação ao mencionar que a Rússia gerencia seu exterior próximo e os Estados Unidos não intervirão nessa dinâmica, enquanto a China também exerce controle em sua região, com a questão de Taiwan ilustrando essa abordagem. Nesse contexto, os Estados Unidos fundamentariam seu domínio sobre o Ocidente, desde que outras potências respeitem sua área de interesse primário.

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