O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um memorando no dia 21, que orienta o Comitê de Investimento Estrangeiro a limitar os investimentos da China em setores estratégicos. Esta iniciativa é uma medida de segurança nacional destinada a incentivar o investimento estrangeiro enquanto se busca proteger os interesses da segurança nacional americana de potenciais ameaças provenientes de adversários, como a China.
De acordo com o memorando, a China é acusada de estar “explorando nosso capital e engenhosidade para financiar e modernizar suas operações militares, de inteligência e de segurança”, o que representa uma ameaça direta aos Estados Unidos. A nova diretiva estabelece que novas regras serão criadas para dificultar a exploração de capital, tecnologia e conhecimento por parte de adversários estrangeiros, garantindo que apenas investimentos que beneficiem os interesses americanos sejam permitidos.
Além disso, o governo dos Estados Unidos poderá considerar a imposição de novas ou ampliadas restrições sobre investimentos externos na China que envolvam tecnologias sensíveis, como semicondutores, inteligência artificial, tecnologias quânticas, biotecnologia e aeroespacial. O Ministério do Comércio da China, em resposta, reforçou que o país não deve “politizar” questões econômicas e que monitorará de perto a situação, tomando medidas necessárias para proteger seus direitos e interesses legítimos.
As novas medidas podem intensificar as tensões econômicas previamente elevadas, especialmente após o aumento das tarifas sobre as importações chinesas, uma das primeiras ações tomadas pelo presidente Trump ao assumir o cargo. O Comitê de Investimento Estrangeiro já observou uma queda drástica nos investimentos chineses nos Estados Unidos, com dados do Rhodium Group indicando uma diminuição de US$ 46 bilhões em 2016 para menos de US$ 5 bilhões em 2022.
De acordo com informações disponíveis, entidades e indivíduos estrangeiros possuem cerca de 43 milhões de acres de terras agrícolas nos Estados Unidos, representando quase 2% do total das terras do país. Dentre essas, a China detém mais de 350.000 acres em 27 estados. Nos últimos anos, organizações agrícolas e legisladores expressaram preocupações sobre como a aquisição de terras por investidores estrangeiros poderia estar inflamando os preços das terras agrícolas e comprometendo a segurança nacional.
Adicionalmente, um funcionário da Casa Branca destacou que entidades pertencentes a interesses chineses têm realizado ataques cibernéticos contra alvos americanos, incluindo uma recente violação direcionada ao escritório do Comitê de Investimento Estrangeiro, que é responsável pela análise de investimentos estrangeiros para detectar possíveis riscos à segurança nacional. O governo pode expandir uma ordem executiva que já foi proposta em 2023, a qual visa proibir certos investimentos americanos em tecnologias sensíveis na China e estabelecer a obrigatoriedade de notificação governamental para outras transações.