11 fevereiro 2025
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Trump Manipula Dados para Justificar Seus Interesses Econômicos

Em entrevista veiculada pela rede norte-americana Fox News no dia 9 de outubro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou seu suporte à ideia de que o Canadá poderia se tornar o 51º estado da União, apresentando dados que distorcem a realidade para argumentar a favor dessa anexação. Quando questionado sobre a seriedade do projeto, Trump confirmou que esta é uma consideração real.

Trump alegou que o Canadá se beneficiaria ao se tornar o 51º estado, pois, segundo ele, os Estados Unidos perdem cerca de 200 bilhões de dólares anualmente em transações com o país vizinho. Ele questionou por que os Estados Unidos estariam realizando o que chamou de “subsídio ao Canadá”, sem, no entanto, considerar que os Estados Unidos importam produtos do Canadá, incluindo petróleo e outras commodities. Na verdade, os EUA compram mais do que vendem ao Canadá, resultando em um déficit comercial.

Os valores em questão são relativamente pequenos se comparados a aproximadamente 1 trilhão de dólares em bens e serviços trocados anualmente entre os dois países. Além disso, segundo dados do U.S. Census Bureau, o déficit comercial dos EUA com o Canadá foi o décimo mais significativo em 2023.

Embora o déficit comercial tenha aumentado nos últimos anos, alcançando 72 bilhões de dólares em 2023, isso deve-se, em grande parte, à importação de energia do Canadá pelos Estados Unidos. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, enfatizou na última sexta-feira, dia 7, que a ameaça de Trump é real e está relacionada aos recursos naturais do país. Sua afirmação ocorreu durante um encontro fechado com executivos industriais em Toronto, onde um microfone permaneceu ligado após a press conference.

Trudeau sugeriu que o governo dos Estados Unidos tinha plena consciência dos minerais essenciais disponíveis no Canadá e insinuou que essa consciência poderia estar por trás dos comentários sobre a potencial anexação do país. Ele argumentou que negociar a união com o Canadá poderia ser uma estratégia simplista para que Trump conseguisse acesso a esses recursos.

Adicionalmente, o primeiro-ministro lembrou uma conversa anterior com Trump, onde o presidente americano, em uma refeição no ano passado, havia chamado Trudeau de “governador” e mencionado a possibilidade de o Canadá ser absorvido como um estado americano. Em uma coletiva de imprensa em janeiro, Trump já havia defendido que a anexação do Canadá eliminaria a “linha artificialmente desenhada” da fronteira, o que ele considerou benéfico para a segurança nacional e uma maneira de evitar tarifas.

A declaração de Trudeau emerge em um contexto de tensões comerciais entre os Estados Unidos e o Canadá. Na semana anterior, Trump havia anunciado a imposição de tarifas de 25% sobre a maioria das importações canadenses e de 10% sobre produtos energéticos, a serem implementadas em breve. Essas tarifas foram adiadas por 30 dias após as negociações que incluíram a promessa do Canadá de aumentar a fiscalização na fronteira para combater delitos.

Durante a reunião, Trudeau reconheceu que não todos os participantes eram favoráveis à sua administração, mas agradeceu a presença de todos, que se reuniram para discutir os próximos passos estratégicos do Canadá. Ele enfatizou a necessidade de desmantelar as barreiras comerciais entre as províncias, ressaltando que era hora de promover um verdadeiro livre comércio no Canadá.

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