20 fevereiro 2025
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Trump menciona etanol brasileiro ao anunciar tarifas recíprocas

Na última quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, formalizou um memorando com a intenção de instituir novas tarifas sobre as importações provenientes de todos os países, equiparando-as às taxas que são aplicadas aos exportadores norte-americanos. Essa medida gerou preocupações em relação à possibilidade de uma guerra comercial global. A Casa Branca citou o exemplo do etanol brasileiro como uma ilustração dessa disparidade nas tarifas.

As novas tarifas serão implementadas de forma individual, com análise do Departamento de Comércio sobre cada país envolvido, e sua vigência está prevista para o dia 2 de abril. Relatos do Washington Post destacam que, durante uma coletiva de imprensa, Trump mencionou a oportunidade de aumentar as exportações de carros para a Europa, motocicletas para a Índia e produtos como carne e laticínios para o Brasil.

Com relação ao etanol, a Casa Branca indicou que a tarifa americana é de apenas 2,5%. Em contrapartida, o Brasil impõe uma taxa de 18% sobre o etanol exportado dos EUA. Como resultado, em 2024, os Estados Unidos importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto as exportações norte-americanas para o Brasil somaram apenas US$ 52 milhões, conforme mencionado em documentação oficial acompanhando o memorando.

Segundo o presidente americano, essa disparidade nas tarifas resulta em uma balança comercial significativamente favorável ao Brasil. No ano passado, os Estados Unidos foram o segundo maior comprador do etanol brasileiro, inferior apenas à Coreia do Sul. Contudo, as importações dos EUA diminuíram ao longo do tempo. Em 2024, o volume de etanol importado foi de 309,7 milhões de metros cúbicos, representando 16,3% das importações totais, em comparação ao 1,1 bilhão de metros cúbicos ou 63% em 2019, conforme dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Os produtores e fabricantes americanos têm solicitado uma redução dessa tarifa de importação há anos. Em 2022, durante o governo Bolsonaro, a tarifa foi temporariamente eliminada, mas sob a administração de Lula, foi restabelecida. O Brasil, por sua vez, manifestou a intenção de negociar um aumento no acesso do açúcar brasileiro ao mercado americano, que atualmente é restrito a uma cota anual.

Após o recente anúncio, ministros brasileiros reiteraram a disposição de dialogar com o governo contínuo dos Estados Unidos, lembrando que essa atitude foi mantida após a imposição da sobretaxa de 25% sobre o aço e alumínio.

A decisão atual de Trump resulta na revogação de tarifas mais baixas que beneficiavam a maioria dos produtos importados pelos Estados Unidos, uma estratégia que favorecia o acesso a produtos com preços mais acessíveis globalmente. Quando questionado sobre possíveis aumentos nos preços desses itens, Trump afirmou que poderia haver um leve aumento no curto prazo, mas que os preços tendiam a diminuir em seguida, sustentando que a medida é “justa para todos”.

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