Desde a posse do presidente dos Estados Unidos, houve uma exigência por parte do governo americano para que os países europeus destinassem pelo menos 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para a defesa. Nações como a Alemanha, por exemplo, já aumentaram consideravelmente seus investimentos militares, em especial após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. De acordo com especialistas, a Europa está buscando uma maior autonomia militar em relação aos Estados Unidos.
O professor Alexandre Fuccille, um especialista em Relações Internacionais, apontou que países europeus negligenciaram sua própria defesa por muito tempo, dependendo de forma excessiva do suporte militar americano. Ele descreveu a relação entre os EUA e a Europa como “tóxica”, afirmando que se tornou “abusiva” a partir de 2025, em decorrência das pressões exercidas pelo ex-presidente Donald Trump para que os aliados europeus aumentassem seus gastos em defesa.
A Polônia se destacou ao se tornar o 15º país com os maiores investimentos em defesa no mundo em 2024, segundo dados do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI) e do Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais de Londres. Apesar desses avanços, Fuccille alegou que a Europa está “acordando tardiamente” e que, para realmente reduzir a dependência do “guarda-chuva norte-americano”, os países europeus precisariam gastar entre 4% e 5% de seu PIB em defesa, um nível que atualmente não é viável.
O professor também enfatizou que, mesmo com vários países europeus alcançando a meta de 2% do PIB em gastos militares, isso ainda não é suficiente para garantir uma verdadeira autonomia estratégica em relação aos EUA. A busca por independência militar constitui um desafio significativo para a União Europeia, tanto em termos financeiros quanto geopolíticos.