O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou a possibilidade de implementar novas sanções à Rússia, com ênfase no setor bancário, em declaração feita na sexta-feira, dia 7. Esta postura se afasta das declarações anteriores de natureza conciliatória em relação a Moscou e ao presidente russo, Vladimir Putin, incluindo a sugestão de que as sanções estabelecidas durante o governo de Joe Biden poderiam ser suspensas.
Na sua mensagem, Trump comentou sobre a situação atual no campo de batalha na Ucrânia, enfatizando que a Rússia está intensificando seus ataques. Ele mencionou estar considerando seriamente a aplicação de sanções bancárias e tarifas abrangentes à Rússia até que um cessar-fogo e um acordo de paz definitivo sejam estabelecidos. O apelo para que a Rússia e a Ucrânia iniciem negociações imediatas foi enfatizado, alertando para a urgência de ações antes que seja tarde demais.
O comunicado de Trump veio em resposta aos recentes bombardeios russos que atingiram a infraestrutura energética da Ucrânia, com o uso de quase 70 mísseis e 200 drones. Este ataque ocorreu logo após o anúncio do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre a intenção de manter diálogos com os Estados Unidos para discutir o fim do conflito em seu país na próxima semana.
As relações entre os Estados Unidos e a Rússia foram descritas pelo Kremlin como “abaixo de zero” durante a administração de Joe Biden, que apoiou a Ucrânia com assistência e armamentos, além de impor sanções severas à Rússia em resposta à invasão iniciada em 2022. Com a possível volta de Trump à presidência, a dinâmica do conflito parece ter mudado, levando a uma aproximação entre Trump e Putin, enquanto a situação da Ucrânia ficou em segundo plano.
Essa possível reaproximação entre Washington e Moscou gerou críticas em Kiev, que, inicialmente, foi excluída das negociações. Trump defendeu que a presença de Zelensky poderia complicar o processo de acordos, e sua posição foi complementada por críticas ao presidente ucraniano, que está em um mandato continuado devido ao estado de guerra no país.
As tensões alcançaram um novo patamar na reunião entre Trump e Zelensky no dia 28, onde estavam discutindo um acordo relacionado a minerais, que possibilitaria acesso americano a recursos críticos localizados na Ucrânia. As discussões se tornaram tensas, culminando em uma acusação de Trump de que Zelensky estaria provocando um potencial envolvimento em uma nova guerra mundial. Na sequência, Zelensky decidiu se afastar do acordo comercial, enquanto Trump reagiu bloqueando a ajuda militar destinada a Kiev.
As solicitações de Kiev incluem uma garantia de que Moscou não atacará a infraestrutura energética e civil da Ucrânia, uma interrupção no uso de armamentos de longo alcance, bem como a cessação de operações militares no Mar Negro. Zelensky destacou o desejo genuíno do povo ucraniano por paz, porém não à custa da soberania do país, enfatizando que a verdadeira questão para qualquer negociação é a disposição da Rússia em abandonar a guerra.