O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou, em um evento realizado na Casa Branca, a possibilidade de buscar um terceiro mandato, uma ideia considerada inconstitucional no país. Diferentemente do Brasil, onde a legislação permite a reeleição, mas apenas após um intervalo, a Constituição americana limita os presidentes a dois mandatos consecutivos. Durante um discurso em que se comemorava o Mês da História Negra, Trump usou a expressão “da próxima vez”, insinuando um novo pleito, o que gerou aplausos e gritos de apoio de seus seguidores.
Em resposta a esse apoio, Trump comentou, em tom de brincadeira, sobre a polêmica de sua proposta, reiterando sua intenção de buscar a reeleição em mais de uma ocasião desde seu primeiro mandato. No mesmo dia, Stephen Bannon, ex-assessor do presidente e figura proeminente da extrema direita, fez declarações semelhantes em um evento em Baltimore, clamando pelo retorno de Trump em 2028 e afirmando que sua figura é rara na história de um país.
A administração Trump não fez comentários oficiais sobre os eventos ocorridos. Nos dias que se seguiram, o presidente se referiu a si mesmo como um “rei” e fez alusão a um ditador, sugerindo que estaria acima das leis, uma afirmação que ecoa preocupações sobre a natureza autoritária de sua governança. Críticos alertam que as ações de Trump podem ameaçar a democracia, especialmente à luz do que ocorreu após sua derrota nas eleições de 2020 para Joe Biden, quando ele tentou contestar os resultados.
Um ex-membro de seu gabinete expressou preocupações sobre a escolha entre democracia e ditadura, alertando que o país estava em um caminho perigoso. Desde que assumiu a presidência, Trump tem tomado medidas para expandir seus poderes, incluindo a criação de uma nova entidade governamental focada em eficiência, liderada por Elon Musk, a qual tem sido acusada de agir de forma radical e, em algumas situações, ilegal.
Neste contexto, o presidente postou em redes sociais que “aquele que salva seu país não viola nenhuma lei”, uma afirmação citada de Napoleão Bonaparte, referente a práticas autoritárias. Dias depois, Trump se autodenominou “o rei” em uma publicação, enquanto a Casa Branca divulgou uma imagem dele usando uma coroa, que lembrava uma capa da revista Time, o que pode ser interpretado como uma tentativa de reafirmar sua posição de poder.