O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, no dia 6 de fevereiro, que o início da imposição de tarifas sobre as importações do Canadá será novamente adiado, logo após ter tomado uma decisão semelhante em relação ao México. No início do mês anterior, uma medida similar já havia sido implementada, resultando em um atraso de um mês na taxação.
Essa nova decisão, conforme um decreto presidencial, postergará por quase um mês as tarifas associadas a todos os produtos do México e do Canadá abrangidos pelo acordo de livre comércio conhecido como USMCA. Dados indicam que aproximadamente 50% das importações do México e 36% das do Canadá estão abrangidas por este tratado, segundo uma análise da rede de notícias CNN.
Os automóveis, que fazem parte dos bens regulamentados pelo USMCA, estão entre os itens que, conforme anunciado por Trump na quarta-feira, sofrerão um adiamento de um mês nas tarifas. O governo justificou que esse intervalo permitiria que as montadoras relocassem parte da produção para os Estados Unidos, a fim de evitar a taxação. No entanto, essa movimentação pode não ocorrer, uma vez que exigiria grande contratação de pessoal, investimentos substanciais e um planejamento estratégico significativo.
Por outro lado, a energia proveniente do Canadá não está inclusa no USMCA, o que significa que tarifas de 10% permanecerão em aplicação, resultando em um aumento nos preços do gás na região nordeste dos Estados Unidos. O adiamento das tarifas se estenderá até o dia 2 de abril, data em que outras taxações previamente anunciadas por Trump começarão a vigorar. Nesse dia, as chamadas “tarifas recíprocas” serão implementadas, onde os Estados Unidos passarão a aplicar taxas sobre produtos importados, equiparadas aos impostos que os países de origem impõem sobre as mercadorias norte-americanas, geralmente com valores superiores. Há uma expectativa de que o Brasil seja impactado por essa medida.
Graças aos acordos de livre comércio, como o USMCA, estabelecido em 2020, e seu predecessor, o Nafta, o México e o Canadá se consolidaram como os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, respondendo por quase 30% do volume do comércio norte-americano.