Convencido de que outros países “roubam” os Estados Unidos, o presidente americano planeja anunciar tarifas comerciais significativas durante um evento no Jardim das Rosas da Casa Branca. Este momento está agendado para as 16h00, horário local, o que corresponde a 17h00 no Brasil, e ocorrerá logo após o fechamento da Bolsa de Nova York. O presidente expressou suas intenções por meio de sua plataforma Truth Social, destacando que esta quarta-feira será o “Dia da Libertação” para o país. A proposta de tarifas é vista por ele como uma solução para reindustrializar a economia e equilibrar a balança comercial.
O fascínio de Trump pelo protecionismo histórico dos séculos XIX e XX o leva a acreditar que a imposição de tarifas funcionaria como uma mágica para resolver questões econômicas. Apesar de manter em segredo os detalhes exatos de suas propostas, há rumores de que ele possa considerar uma tarifa universal de 20% para todas as importações e um tratamento preferencial para determinadas nações. A diretora do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, comentou que essas medidas teriam um impacto negativo sobre a economia global.
Desde sua reeleição em janeiro, Trump tem aumentado as tarifas sobre produtos provenientes da China e também sobre alguns itens do México e Canadá, países que são parceiros dos Estados Unidos na Aliança do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC). Além disso, está prevista a implementação de uma tarifa adicional de 25% sobre carros e autopeças importados. Os veículos montados no México ou Canadá estarão sujeitos a essa taxa, mas apenas em relação a componentes que não sejam fabricados nos Estados Unidos.
As principais economias globais já manifestaram seu descontentamento e planejam retaliar. A União Europeia, por exemplo, anunciou que tomará medidas antes do final de abril. O uso de tarifas como uma ferramenta de política externa tem sido uma estratégia de longa data de Trump, que acredita que elas são essenciais para o renascimento da indústria nacional. Ele sugere que, para evitar tarifas, as empresas devem se estabelecer nos Estados Unidos.
Os impactos dessa política podem ser substanciais, com previsões indicando que as importações americanas em 2024 poderão totalizar 3,3 trilhões de dólares, um valor superior ao Produto Interno Bruto de países significativos como a França. Críticos alertam que os consumidores americanos podem ser prejudicados, com aumentos nos preços, e que há um risco crescente de recessão tanto para os Estados Unidos quanto para outras economias. Nos últimos dias, as bolsas de valores demonstraram nervosismo, e o governo mexicano já ajustou suas previsões de crescimento para 2025, prevendo um aumento entre 1,5% e 2,3%, em comparação com a expectativa anterior de 3%.
