Membros do PSDB têm tratado com cautela a decisão do Cidadania de não renovar a federação com o partido, estabelecida durante as eleições de 2022. O Diretório Nacional do Cidadania anunciou oficialmente a separação, que ocorrerá no próximo ano. Dentre os tucanos consultados, houve a percepção de que essa saída já era previsível e que, do ponto de vista prático, as mudanças não impactariam significativamente a posição do PSDB no Congresso Nacional.
O Cidadania controla apenas quatro cadeiras na Câmara dos Deputados e não possui representação no Senado. Em contrapartida, o PSDB possui 11 deputados federais e três senadores. Em meio a essa reestruturação, algumas expectativas internas do PSDB incluem a possibilidade de que deputados do Cidadania se integrem ao partido. Nos bastidores, a liderança tucana mantém diálogos com pelo menos quatro legendas, incluindo Republicanos, MDB, Podemos e Solidariedade, com o objetivo de fortalecer alianças e garantir o acesso ao fundo partidário diante de resultados eleitorais insatisfatórios.
Além disso, o PSDB está considerando diferentes estratégias, como fusões, incorporações, uniões e novas federações. Embora o modelo final ainda não tenha sido definido, as discussões estão em andamento. As interações com Podemos e Solidariedade estão mais adiantadas, enquanto as negociações com o MDB dependem do progresso nas conversas com esses dois partidos. As tratativas com os Republicanos, embora ainda iniciais, têm ocorrido há algum tempo.
Uma figura proeminente nesse cenário é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visto como um destacado nome da direita para as próximas eleições. Um deputado tucano sugeriu que uma fusão com os Republicanos poderia posicionar o partido como um dos principais representantes da centro-direita no Brasil. Contudo, as dinâmicas e rivalidades políticas locais representam um obstáculo considerável. Em diversas cidades, tucanos e membros de outros partidos são adversários, o que gera resistência a potenciais alianças.
Adicionalmente, um deputado do PSDB expressou que não há interesse em se unir ao PSD, citando preocupações com a influência interna de Gilberto Kassab, que poderia limitar as decisões do PSDB em um eventual cenário de parceria.