Autoridades turcas deportaram um correspondente da BBC News nesta quinta-feira (27) após uma detenção que durou 17 horas. O repórter foi considerado uma “ameaça à ordem pública” enquanto se encontrava no país para cobrir os protestos em larga escala desencadeados pela prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu.
A presidente-executiva da BBC News expressou preocupação com a deportação, afirmando que a emissora levantaria a questão com as autoridades turcas. O jornalista, que residiu na Turquia por cinco anos, relatou que sua expulsão foi uma experiência dolorosa, ressaltando a importância da liberdade de imprensa para a democracia.
Ekrem Imamoglu, que é o principal oponente político do presidente Tayyip Erdogan, foi detido no domingo (23) e aguarda julgamento por acusações de corrupção, as quais ele nega. Imamoglu e seus apoiadores afirmam que a prisão tem motivações políticas e é uma ação antidemocrática, alegações que são negadas pelo governo de Erdogan.
A prisão do prefeito provocou os maiores protestos contra o governo na Turquia em mais de dez anos, resultando na detenção de quase 1.900 pessoas em todo o território nacional. Ao mesmo tempo, o Conselho Supremo de Rádio e Televisão (RTUK), órgão de regulação da mídia na Turquia, impôs multas a quatro emissoras devido à cobertura dos eventos relacionados à prisão de Imamoglu.
As sanções foram aplicadas a programas exibidos nos canais de oposição SZC TV, Tele1 e Halk TV, assim como na NOW TV, por supostas infrações. A SZC TV teve que suspender suas transmissões por 10 dias, e o RTUK alertou que uma terceira violação poderia resultar na revogação da licença do canal.