18 março 2025
HomeInternacionalUcrânia: Caminhos para uma Paz Equitativa e Duradoura

Ucrânia: Caminhos para uma Paz Equitativa e Duradoura

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, declarou no dia 18 que o país está confiante na possibilidade de alcançar “uma paz justa e duradoura” através das negociações lideradas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar o conflito com a Rússia. Essa afirmação surge em meio a tensões entre Kiev e Washington, já que as relações entre os dois países têm sido marcadas por um incidente recente entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, no final de fevereiro.

Sybiha enfatizou que a Ucrânia não é um obstáculo para a paz e expressou a expectativa de um “sim incondicional” da Rússia em relação ao cessar-fogo. Ele fez essas declarações durante um painel em uma conferência geopolítica anual realizada em Nova Déli, na Índia, reforçando a necessidade de uma diplomacia forte para o contexto atual.

Os Estados Unidos têm desempenhado um papel central como mediadores do conflito na Ucrânia; no entanto, o possível retorno de Trump à presidência altera a dinâmica das negociações. Enquanto Joe Biden, seu antecessor, era um forte aliado da Ucrânia, Trump tem buscado estreitar os laços com Moscou. Esse novo posicionamento é evidenciado pelo fato de Trump ter optado por dialogar primeiramente com o presidente russo sobre o término do conflito.

A situação se complicou ainda mais após a exclusão da Ucrânia de uma reunião em Riad, na Arábia Saudita, que visava discussões sobre a paz. O presidente ucraniano criticou sua ausência e, em resposta, Trump argumentou que a Ucrânia é responsável pela guerra, ressaltando que a invação russa ao país foi precipitada por ações de Kiev. Trump também qualificou Zelensky como um “ditador sem eleições”, uma referência ao fato de que seu mandato expirou em maio, mas não houve eleições devido à situação de guerra.

Recentemente, Trump responsabilizou a Ucrânia pela continuidade do conflito, afirmou que Zelensky precisava “agir rápido ou não terá mais um país” e sugeriu que a Ucrânia poderia, eventualmente, se tornar parte da Rússia. Esse cenário se intensificou durante o impasse na Casa Branca, quando Trump comentou que Zelensky parecia estar “flertando” com a ideia de uma Terceira Guerra Mundial. Após esse encontro, Zelensky reconheceu que o diálogo não ocorreu como esperado e lamentou a situação. Semanas depois, a Ucrânia aceitou discutir uma trégua com a Rússia, em um movimento que pode ser visto como uma tentativa de agradar Trump.

Atualmente, Trump está pressionando o presidente russo, Vladimir Putin, a aceitar um cessar-fogo de 30 dias, após mais de três anos de conflito. O governo da Ucrânia já demonstrou disposição para aceitar essa proposta, no entanto, Zelensky rejeita qualquer plano de paz que comprometa a soberania da Ucrânia, especialmente no que tange à entrega de território à Rússia, uma das sugestões apresentadas pelo republicano.

Na terça-feira, Trump planejou um telefonema a Putin com a intenção de convencê-lo a aceitar a trégua. Na semana anterior, o repórter da Casa Branca indicou que os Estados Unidos nunca estiveram tão próximos de alcançar a paz e Trump sinalizou que discutirá tópicos sensíveis, como “territórios”, “usinas de energia” e “dividir certos ativos”.

A ligação servirá como um teste das habilidades de negociação de Trump e da natureza de sua relação com o líder russo, fato que gerou cautela entre os aliados tradicionais dos Estados Unidos. Conforme Trump informou em suas redes sociais, muitos aspectos de um acordo final já foram tratados, mas ressaltou que ainda há um longo caminho pela frente. Ele alertou que a guerra continua a custar vidas, com uma média de 2.500 novas mortes de soldados semanalmente, e solicitou que o conflito seja encerrado imediatamente.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!