2 abril 2025
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Ultradireita Domina Pesquisa para a Presidência da Romênia

O líder da oposição ultradireitista na Romênia, George Simion, saiu na frente em uma pesquisa de opinião divulgada recentemente. O estudo foi publicado cinco semanas antes do primeiro turno de uma nova eleição presidencial, cuja importância é crucial para definir o futuro do país, especialmente em sua relação com o Ocidente. A Romênia, membro da União Europeia e da aliança militar da OTAN, realizará as duas etapas da eleição nos dias 4 e 18 de maio. Essas novas votações foram convocadas após o Tribunal Constitucional anular a votação do primeiro turno em dezembro, em função de alegações de interferência russa, o que Moscou nega.

Com a proibição de um candidato da ultradireita de participar, os ultranacionalistas se reorganizaram ao redor de Simion, que é o líder da Aliança para a União dos Romenos (AUR), o segundo maior partido do país. Uma pesquisa realizada pelo instituto Verifield, a pedido do prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, um dos candidatos, indicou que Simion pode assegurar cerca de 35% dos votos no primeiro turno, um aumento em relação a estudos anteriores. O levantamento estima que Victor Ponta, ex-primeiro-ministro de orientação esquerdista que adotou uma postura mais ultranacionalista, teria 21,1% dos votos, enquanto Dan, concorrendo na qualidade de independente, ficaria com 20,8%.

A nova pesquisa também apontou que o apoio ao AUR de Simion estaria em 31,7%, enquanto os social-democratas no poder teriam apenas 21,2%. A amostra da pesquisa compreendeu 1.100 entrevistados entre os dias 24 e 28 de março, com uma margem de erro de 2,95%. A ascensão da ultradireita no país é notável, visto que o partido de Simion, inicialmente marginal e associado a movimentos antivacinação durante a pandemia de Covid-19, se transformou na principal força de oposição, atraindo o apoio da classe trabalhadora e de eleitores mais jovens, aproveitando o descontentamento popular com a política tradicional.

George Simion, de 38 anos, é conhecido por sua defesa da restauração das fronteiras da Romênia pré-Segunda Guerra Mundial, que incluem territórios atualmente situados na Bulgária, Moldávia e Ucrânia, sendo declarado persona non grata em ambos os países. Victor Ponta, por sua vez, ocupou o cargo de primeiro-ministro até 2015, quando deixou o posto após um incêndio trágico em uma boate, que deu origem a grandes protestos contra a corrupção. Ele manifestou apoio ao que classifica como uma “mudança radical” nos Estados Unidos, buscando conquistar o eleitorado com uma retórica ultranacionalista, ao mesmo tempo em que defende a participação da Romênia na UE e na OTAN. Nicusor Dan, com 55 anos, é um centrista que também apoia a integração da Romênia na UE e na OTAN, assim como a assistência atual à Ucrânia.

Na Romênia, o presidente exerce um papel semi-executivo que inclui funções como presidente do conselho responsável por decisões sobre ajuda militar e investimentos em defesa, além de ter o poder de vetar votações da UE que exigem unanimidade.

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