sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Um enorme corpo celeste pode ter alterado nosso…

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Em um sistema solar ideal, existiria uma estrela no centro rodeada por um disco plano de matéria, onde os planetas seguiriam caminhos circulares e regulares. No entanto, o nosso Sistema Solar não se encaixa nesse modelo. Seu disco apresenta uma leve deformação, com as órbitas dos planetas inclinadas e mais elípticas do que circulares. Mas qual é a razão para isso? Essa questão tem sido objeto de estudo por um longo período. Recentemente, uma nova pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Toronto, em parceria com a Universidade do Arizona, apresenta uma explicação intrigante para esse fenômeno. Acredita-se que, durante a formação do Sistema Solar, um objeto massivo pode ter temporariamente interagido com ele, deixando um impacto significativo antes de desaparecer.

A teoria do corpo intruso sugere que um objeto astronômico com uma massa entre 2 e 50 vezes a de Júpiter pode ter atravessado o nosso Sistema Solar durante sua formação. Simulações realizadas pelos pesquisadores mostram que um corpo de aproximadamente 8 vezes a massa de Júpiter, movendo-se a uma velocidade de 2,69 km/s próximo à órbita de Marte, teria a capacidade de modificar as órbitas dos planetas gigantes, originando a configuração atual. “Nossas simulações indicam que não precisamos procurar muito para encontrar um encontro potencial que possa ter ocorrido”, explicam os autores do estudo, que ainda aguarda revisão por especialistas.

Embora essa possibilidade exista, as chances de um evento como esse realmente ter ocorrido são pequenas: cerca de 1 em 1.000. Contudo, essa teoria não pode ser desconsiderada, uma vez que a Via Láctea possui muitos aglomerados estelares que poderiam permitir interações desse tipo. Em 2017, a passagem do asteroide Oumuamua pelo nosso Sistema Solar proporcionou aos cientistas uma oportunidade única de observar um visitante interestelar. Apesar de Oumuamua ser relativamente pequeno, a ocorrência levantou questionamentos sobre os impactos que corpos maiores poderiam ter em nosso sistema.

Além disso, mesmo que a estrela mais próxima esteja a mais de quatro anos-luz de distância, o Sol não está parado: ele se move e, eventualmente, se aproxima de outras estrelas e aglomerados. Esse movimento pode também levar o Sistema Solar a interagir com planetas errantes, que são corpos massivos vagando pelo espaço interstelar. As simulações do estudo consideraram ainda os efeitos de possíveis encontros no futuro. Em 2% das simulações, um planeta interno poderia ser expelido de sua órbita nos próximos 20 milhões de anos. Nos outros casos, as órbitas teriam mudanças menores, mas permaneceriam relativamente estáveis.

Assim, o futuro da nossa “família” planetária é incerto. Por enquanto, essa nova hipótese adiciona uma nova camada ao entendimento da formação e evolução do Sistema Solar, sugerindo que as pequenas deformações que observamos hoje no alinhamento dos planetas podem ter sido causadas por uma presença inesperada em um passado distante.

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