11 fevereiro 2025
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Uma Empresa Brasileira Enfrenta Corajosamente as Tarifas de Trump

O anúncio do presidente dos Estados Unidos sobre a intenção de estabelecer tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio não gerou, até o momento, reações negativas significativas entre os investidores do setor de siderurgia. Embora esses produtos sejam importantes para as exportações brasileiras — em 2024, a indústria do alumínio enviou cerca de US$ 796 milhões para os Estados Unidos, representando aproximadamente 14% do total das exportações do Brasil, sendo também o segundo maior fornecedor de aço desse país — o mercado parece adotar uma postura de espera para verificar a implementação efetiva da medida.

Essa expectativa é refletida no desempenho das ações de empresas do setor siderúrgico no dia seguinte ao anúncio de Trump, em 10 de fevereiro. Por volta das 12h38, as ações da CSN mostraram um aumento de 1,34%, alcançando R$ 9,06. Os papéis preferenciais classe A (PNA) da Usiminas tiveram uma alta de 1,61%, cotados a R$ 5,69. Os ativos preferenciais da Gerdau registraram uma das maiores altas do Ibovespa, com um aumento de 4,37%, a R$ 17,43.

Em um relatório divulgado por um banco de investimento, foi enfatizada a necessidade de cautela entre os investidores, uma vez que ainda não se sabe com precisão como as tarifas afetarão as empresas listadas na B3. Os analistas observaram que a duração e a relevância das tarifas ainda são incertas, destacando que a capacidade da indústria de aço nos Estados Unidos estaria operando em torno de 73%.

O governo brasileiro também demonstra cautela. O ministro da Fazenda declarou que aguardarão “decisões concretas” dos Estados Unidos antes de considerar uma resposta de retaliação comercial. Essa cautela se baseia na percepção de que Trump possui uma abordagem ambígua em relação às tarifas.

Após o anúncio das tarifas sobre produtos do México e do Canadá, importantes parceiros comerciais dos EUA, o presidente suspendendo temporariamente a medida, ilustrando a natureza dinâmica das políticas comerciais americanas. Um gestor do setor menciona que, se as tarifas forem mantidas e não houver taxação adicional sobre o México, as empresas poderão direcionar suas exportações para esse parceiro sul-americano.

Os analistas também identificam oportunidades, mesmo em meio à incerteza. Por exemplo, a Gerdau, que opera nos Estados Unidos e não exporta para o país, pode ser uma das beneficiárias. Com cerca de 38% de sua receita vinda da América do Norte, a empresa tem unidades de produção tanto nos Estados Unidos quanto no Canadá. Isso a coloca em uma posição vantajosa, embora desafios sejam observados no mercado interno devido à concorrência com aço chinês e as condições econômicas.

Embora a Gerdau possa escapar de efeitos diretos das tarifas, alguns gestores acreditam que a melhor estratégia no momento é investir em empresas americanas do setor. Um gestor menciona que as ações da Nucor, uma produtora de aço baseada em Charlotte, Carolina do Norte, mostraram um desempenho positivo nas bolsas, indicando uma tendência de maior segurança com empresas locais à luz das recentes alterações de políticas tarifárias.

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