Mira Murati lidera a Thinking Machines Lab, uma nova startup dentro do crescente mercado de inteligência artificial (IA). Recentemente, ela deixou o cargo de CTO da OpenAI, onde desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do ChatGPT, para buscar sua própria iniciativa no setor.
Natural da Albânia e criada no Canadá, Murati, de 36 anos, sentiu-se insatisfeita com as transformações na OpenAI, que passou de uma organização sem fins lucrativos a uma entidade com foco em lucro. Junto com ex-colegas da OpenAI, como o cofundador John Schulman, o ex-chefe de projetos especiais Jonathan Lachman e o ex-vice-presidente Barret Zoph, ela fundou a Thinking Machines Lab.
A nova empresa também recrutou especialistas e engenheiros com experiências anteriores em grandes corporações como Google, Meta e Character AI. De acordo com a startup, o objetivo é desenvolver modelos voltados para áreas de ciência e programação.
A missão da Thinking Machines Lab é facilitar a construção de modelos que atendam a essas áreas. A equipe anterior da OpenAI tem como meta criar produtos e pesquisas que promovam a compreensão, personalização e eficácia dos sistemas de IA.
Durante seu tempo como CTO da OpenAI, Murati levantou preocupações sobre as implicações da IA no mercado de trabalho e defendeu a regulação do setor, argumentando que os governos devem atuar de maneira mais proativa na supervisão da inteligência artificial.
Em uma declaração nas redes sociais, a empresa ressaltou que “o conhecimento sobre como esses sistemas são treinados está concentrado nos principais laboratórios de pesquisa, limitando tanto o debate público sobre IA quanto a capacidade de uso eficaz por parte dos indivíduos.”
A Thinking Machines Lab destacou que “o progresso científico é um esforço coletivo” e acredita que o avanço no entendimento da IA se dará melhor por meio da colaboração com uma comunidade mais ampla de pesquisadores e desenvolvedores.
Para alcançar suas metas, a startup planeja publicar estudos técnicos, artigos e códigos, diferindo da abordagem adotada pela OpenAI e pela xAI, de Elon Musk, distanciando-se assim da competitividade acirrada entre essas empresas.
Murati tem uma história pessoal ligada a figuras proeminentes do setor, como Sam Altman e Elon Musk. Formada em engenharia pelo Dartmouth College, sua carreira no campo de tecnologia começou na Tesla, onde atuou como diretora sênior de produto durante três anos. Posteriormente, ela se envolveu com a OpenAI, contribuindo para o desenvolvimento do ChatGPT e assumindo até brevemente o cargo de CEO durante uma mudança de liderança.
A recepção do mercado à nova startup ainda é incerta, considerando as turbulências recentes na indústria. No entanto, se a companhia seguir o exemplo da Safe Superintelligence (SSI), fundada por Ilya Sutskever, cofundador da OpenAI, pode haver potencial para sucesso. Em 2024, a SSI arrecadou 1 bilhão de dólares em investimentos de grandes fundos.
O cenário, no entanto, apresenta diferenças significativas. Empresas americanas que dominavam o setor de IA até o início de 2025 perderam parte de sua confiança com a ascensão da rival chinesa DeepSeek, que apresentou resultados comparáveis ao ChatGPT com um investimento substancialmente menor.
Além disso, a xIA, de Elon Musk, lançou recentemente o Grok 3, uma versão aprimorada de seu chatbot, afirmando que esta nova iteração supera os concorrentes em desempenho. Essa introdução aumenta a pressão sobre outras empresas, como Anthropic e Scale IA, que estão se posicionando para competir no mercado de IA.
