7 abril 2025
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União Europeia Avalia Implementação de Créditos de Carbono para Alcançar Metas Ambientais

A Comissão Europeia está avaliando a possibilidade de incluir créditos de carbono internacionais na próxima meta climática do bloco. Essa abordagem tem sido discutida pelo comissário climático da UE com os Estados membros e parlamentares, levando em conta a resistência que essa estratégia pode enfrentar. A meta inicial da União Europeia para 2040 visa uma redução de 90% nas emissões de CO2, no entanto, há membros que se opõem a essa meta, e a Comissão perdeu o prazo para sua publicação no mês anterior.

A proposta está emergindo em um contexto político complicado, onde a agenda climática compete com diversas outras prioridades, incluindo questões de defesa. Há uma preocupação crescente entre alguns governos e legisladores de que as regulamentações ambientais da UE estão prejudicando suas indústrias, que já enfrentam desafios relacionados a tarifas norte-americanas e importações a baixo custo.

Fontes que acompanham as discussões indicam que a Comissão está considerando diferentes alternativas. Dentre elas, a possibilidade de estabelecer uma meta de redução de emissões para 2040 que seja inferior aos 90% previstos, permitindo assim que os países adquiram créditos de carbono internacionais como forma de compensação. Isso implicaria que as nações da UE poderiam investir em projetos externos, como iniciativas de reflorestamento no Brasil, e contabilizar essas reduções para a sua meta.

Um porta-voz da Comissão não comentou sobre a inclusão de créditos de carbono internacionais nas metas climáticas. Essa mudança representaria um desvio significativo, dado que os objetivos climáticos atuais do grupo têm sido alcançados unicamente por meio de ações internas. Na semana passada, o comissário Hoekstra reiterou que a meta de 90% de corte nas emissões ainda serve como “ponto de partida” nas discussões para a meta de 2040, que prevê ser apresentada antes do verão do hemisfério norte.

A aprovação para a nova meta climática de 2040 requer o consenso dos países da UE e do Parlamento Europeu. Entretanto, surgem preocupações sobre a credibilidade e eficácia dos créditos de carbono, que estão sendo desenvolvidos em um mercado global apoiado pela ONU para facilitar a redução das emissões em países em desenvolvimento.

Embora os créditos de carbono sejam promovidos como uma maneira de financiar esses projetos de redução, escândalos envolvendo a geração de créditos têm levantado dúvidas. Diversos casos revelaram que muitos projetos não estavam cumprindo as promessas de benefícios climáticos. Linda Kalcher, diretora do instituto Strategic Perspectives, destacou a necessidade de prudência em relação a esses riscos, citando uma longa lista de problemas relacionados a fraudes e falhas na integridade ambiental. Em resposta a essas questões, a UE proibiu os créditos internacionais em seu mercado de carbono em 2013, após a entrada de uma grande quantidade de créditos baratos que resultaram na queda significativa dos preços do carbono dentro do bloco.

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