O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comentou em uma coletiva de imprensa que suas equipes e as do presidente eleito Donald Trump trabalharam “em conjunto” para negociar o acordo de cessar-fogo que foi estabelecido nesta quarta-feira. Essa declaração foi feita enquanto ele expressava agradecimentos a todos que contribuíram para o êxito deste acordo complexo entre Israel e o Hamas. “Este acordo foi elaborado e negociado sob a minha administração, mas a maior parte de seus termos será aplicada pela próxima administração”, destacou Biden. “Nos dias recentes, temos atuado como um time”, afirmou. “Vivemos um momento de grande turbulência no Oriente Médio, mas ao me preparar para deixar o cargo, percebo que nossos aliados estão robustos, nossos adversários estão enfraquecidos e isso representa uma oportunidade real para um futuro renovado.”
Palestinos na cidade de Khan Younis, na Faixa de Gaza, estão comemorando o acordo de cessar-fogo. Biden afirmou que sua “diplomacia nunca parou” em relação ao acordo. O gabinete de Netanyahu, por sua vez, mencionou que existem “diversos pontos ainda não resolvidos” no acordo. Informações indicam que, junto ao principal enviado de Biden para o Oriente Médio, Brett McGurk, esteve Steve Witkoff, o enviado de Trump para a região, nas etapas finais das negociações, um fato que fontes da administração Biden consideraram essencial para a conclusão das discussões.
O acordo será colocado em prática em três fases, com a primeira programada para durar 42 dias. De acordo com o primeiro-ministro do Catar, a execução terá início em 19 de janeiro. Na fase inicial, 33 reféns mantidos pelo Hamas e seus aliados desde 7 de outubro de 2023 devem ser libertados. Em troca, Israel concordou em liberar “muitas centenas” de prisioneiros palestinos. A Suprema Corte de Israel analisará os pedidos de pessoas que se opõem à soltura dos prisioneiros palestinos. As autoridades israelenses acreditam que a maioria dos 33 reféns que serão soltos na fase inicial do acordo está viva. Um funcionário israelense também informou que civis palestinos em Gaza poderão retornar livremente ao norte do território, além de um aumento no envio de ajuda humanitária.