A Academia Brasileira de Ciências e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência enviaram uma carta ao senador Angelo Coronel, que atua como relator-geral do projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025. No documento, as instituições solicitam um aumento no orçamento destinado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que está previsto em 1,948 bilhão de reais e ainda aguarda votação.
A carta expressa uma “profunda preocupação” em relação à proposta orçamentária do CNPq, destacando que o valor sugerido representa uma significativa redução em comparação com anos anteriores. As entidades alertam que essa diminuição “compromete gravemente a continuidade e a expansão da ciência e da tecnologia” no Brasil. Em 2024, o orçamento destinado ao CNPq foi de 2,021 bilhões de reais, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Ainda conforme o texto, no ano anterior, apenas 30% das solicitações para bolsas de pós-doutorado foram atendidas, o que levou muitos jovens cientistas a reconsiderarem suas carreiras acadêmicas ou a buscarem oportunidades no exterior. Esses novos doutores são considerados fundamentais para a renovação do sistema nacional de ciência e tecnologia, contribuindo para o avanço do conhecimento e a inovação, além de desempenharem um papel crucial no desenvolvimento socioeconômico do país.
Além disso, a carta menciona que programas como o Edital Universal estão sem recursos adequados ou subfinanciados. As entidades ressaltam que a ciência e a tecnologia são essenciais para a soberania do país e para a redução das desigualdades socioeconômicas. O investimento em pesquisa não só impulsiona inovações e avanços tecnológicos, mas também gera empregos qualificados, fortalece a indústria nacional e melhora a qualidade de vida da população.
Diante desse contexto, a carta solicita ao senador que considere um aumento no orçamento do CNPq na PLOA 2025, enfatizando a importância de garantir a formação e a retenção de talentos no Brasil, além de promover a inovação e o desenvolvimento sustentável. A mensagem conclui afirmando que a ciência deve ser vista como um investimento essencial, fundamental para o crescimento dos países avançados, e oferece abertura para diálogos sobre esse tema estratégico para a nação.