Os centros de votação do segundo turno das eleições presidenciais no Equador, onde os candidatos são o atual presidente Daniel Noboa e a postulante correísta Luisa González, concluíram um dia eleitoral de dez horas contínuas. A contagem dos votos foi iniciada, prevendo-se uma disputa apertada.
A votação transcorreu das 7h às 17h, horário local, de maneira normal e sem incidentes relevantes, conforme relatado pelas missões de observação eleitoral da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que foram as principais delegações de observadores presentes no país. O presidente Noboa aguardará os resultados em sua residência na praia, em Olón, localizada na província de Santa Elena, enquanto González aguardará na sede do partido Revolução Cidadã, que é liderado pelo ex-presidente Rafael Correa, em Quito. Nenhum dos candidatos organizou um encontro diante da possibilidade de um resultado apertado, dadas as incertezas sobre quem será o futuro governante do Equador para os próximos quatro anos.
Durante a jornada de votação, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Diana Atamaint, rejeitou alegações de fraudes e defendeu a transparência do processo eleitoral, afirmando que “acusações sem provas causam danos”. Após o primeiro turno, tanto Noboa quanto González apresentaram queixas infundadas sobre supostas irregularidades no processo de votação e contagem, que foram prontamente desconsideradas pelas delegações da UE e da OEA.
Várias partes políticas solicitaram que ambos os candidatos respeitem os resultados a serem publicados pelo CNE. Um total de mais de 13,7 milhões de equatorianos foi convocado para decidir se Noboa seria reeleito para um mandato completo ou se o poder retornaria ao correísmo com a candidatura de González. Se eleita, González se tornaria a primeira mulher a vencer uma eleição presidencial no Equador. De acordo com o relatório final do CNE, 83,7% dos eleitores habilitados compareceram às urnas.
As eleições foram realizadas sob rigorosas medidas de segurança, com cerca de 100 mil membros das forças de segurança mobilizados, incluindo quase 60 mil policiais e aproximadamente 40 mil militares designados para proteger os locais de votação. A decisão de Noboa de instaurar um novo estado de exceção em sete províncias, incluindo a capital Quito, gerou polêmica. Essa medida visa combater o crime organizado e é mais uma das sucessivas declarações de estado de exceção adotadas desde que o governo iniciou em 2024 uma “guerra” contra as gangues criminosas.
Nos últimos mais de anos, o Equador enfrentou um “conflito armado interno” como resposta ao aumento da violência criminal, que levou o país a registrar uma das maiores taxas de homicídio da América Latina. Essa situação se agravou no início de 2025, com uma média alarmante de um assassinato por hora.