Taís Araújo, Bella Campos e Antônio Pitanga em cena de ‘Vale Tudo’
Maria de Fátima (Bella Campos), em busca de se tornar famosa, recorre à ajuda do modelo César Ribeiro (Cauã Reymond) e solicita ao avô, um agente da alfândega, que permita a entrada de uma máquina fotográfica no Brasil sem o pagamento de impostos. Salvador (Antônio Pitanga), com um caráter íntegro, recusa o pedido da neta. Antes de falecer, ele realiza um discurso significativo que se torna central para o conflito moral da trama, abordando a dicotomia entre honestidade e corrupção.
Salvador expressa sua crença de que uma vida plena é aquela em que se pode dormir tranquilamente, com a consciência limpa. Maria de Fátima rebate, indagando se isso se aplicaria mesmo a um travesseiro desgastado ou um colchão em más condições. Sua mãe intervém, enfatizando que uma vida boa não deve ser alcançada a qualquer preço. A jovem questiona, então, como a permissão para a entrada da máquina prejudicaria alguém. Salvador responde que a liberação de mercadorias sem a devida tributação compromete os recursos do país, refletindo um entendimento sobre a necessidade de transparência e créditos aos cidadãos.
O diálogo entre avó e neta prossegue, com Maria de Fátima ridicularizando as convicções do avô, ressaltando que para provocar mudanças significativas é imprescindível ter recursos financeiros. Este intercâmbio substancial antecipa um tema recorrente e fundamental na novela, que explora as nuances da corrupção, tanto em pequenas ações cotidianas quanto na grande escala, destacando a defesa da honestidade acima de qualquer interesse pessoal.