O regime venezuelano impôs restrições significativas ao acesso à água potável para cinco opositores políticos que buscam asilo na embaixada da Argentina em Caracas, com proteção do governo brasileiro. Fontes diplomáticas afirmaram que o fornecimento de água, anteriormente realizado por caminhões-pipa, foi severamente reduzido, deixando os asilados sem água potável desde o último abastecimento, realizado há dez dias. Atualmente, o tanque de água está vazio e os asilados têm apenas algumas garrafas disponíveis. O governo brasileiro monitora ativamente as atividades das forças de segurança do regime nas proximidades da embaixada.
Os asilados relataram que propriedades adjacentes foram desocupadas, indicando um possível uso militar da área. A líder da oposição, María Corina Machado, declarou que as propriedades foram ocupadas à força para a instalação de comandos militares, enfatizando que os asilados agora se encontram em uma situação de reféns em território argentino sob a proteção do Brasil. Além das dificuldades com o abastecimento de água, a energia elétrica do local foi cortada, exigindo o uso de um gerador para suprir as necessidades. O regime dificultou ainda a entrega de medicamentos a um dos asilados, que só foram recebidos após negociações.
O governo brasileiro tem solicitado a emissão de salvo-condutos para permitir que os asilados deixem o país, mas até agora, autoridades de Caracas não autorizaram essa saída. Durante um encontro bilateral, o chanceler brasileiro reafirmou essas solicitações. María Corina Machado apelou ao Brasil para que adote medidas mais eficazes que garantam o cumprimento das convenções internacionais, considerando que os asilados políticos recebem proteção conforme a Convenção de Asilo Diplomático de 1954.