26 março 2025
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Venezuelanos Retornam ao País: 199 Deportados dos EUA Durante Crise Migratória Acelerada por Trump

A Venezuela confirmou, no sábado (22), a retomada dos voos para deportação de cidadãos venezuelanos que estão nos Estados Unidos. Um avião com 199 deportados chegou na madrugada de segunda-feira (24) ao país. Essa ação marca a reinicialização das deportações, que estavam suspensas no mês anterior devido à crise migratória, a qual foi exacerbada por ações do governo americano.

O ministro do Interior, Diosdado Cabello, recebeu os deportados no aeroporto internacional de Maiquetía, nos arredores de Caracas. A aeronave da companhia estatal Conviasa aterrissou às 1h01, horário local. Um dos deportados expressou sua gratidão ao desembarcar ao exclamarem: “Obrigado! Deus abençoe a Venezuela”. Imagens que mostraram os migrantes, todos homens, algemados dentro da aeronave foram exibidas na televisão estatal poucas horas antes da chegada.

Este voo foi o quarto com venezuelanos deportados dos Estados Unidos. Os voos anteriores partiram de El Paso, Texas, em 10 de fevereiro, seguidos por outro com 177 migrantes que foram inicialmente detidos na prisão de Guantánamo, Cuba, e depois repatriados via Honduras. Cabello destacou a intenção da Venezuela de continuar recebendo seus cidadãos deportados, independentemente da regularidade dos voos, que não estariam sendo restringidos pelo governo venezuelano.

A chegada dos deportados se deu uma semana após a deportação de 238 venezuelanos para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), uma prisão de segurança máxima em El Salvador, ação que o presidente Nicolás Maduro classificou como sequestro. O fluxo das deportações foi objeto de questionamento após a visita do enviado especial de Trump, Richard Grenell, a Caracas. Em resposta, o presidente americano revogou uma licença que permitia à empresa petrolífera Chevron operar no país.

O governo de Caracas acusou o Departamento de Estado dos EUA de bloquear os voos de repatriação. As relações diplomáticas entre Venezuela e Estados Unidos se romperam em 2019, durante o mandato inicial de Trump, que impôs um embargo petrolífero alegando irregularidades nas eleições de reeleição de Maduro em maio de 2018.

Washington não reconheceu a posse de Maduro para um terceiro mandato após as eleições de 28 de julho de 2024. A oposição local denunciou fraude, acreditando que a vitória foi do ex-embaixador Edmundo González Urrutia, que vive em exílio desde setembro do ano anterior.

O governo dos Estados Unidos informa que os deportados levados a El Salvador em 16 de março seriam integrantes da gangue ‘Tren de Aragua’, classificada como organização terrorista por Trump. Por sua vez, Caracas refuta essa associação, denunciando uma campanha de criminalização contra seus migrantes. Desde 2014, cerca de oito milhões de venezuelanos deixaram o país em decorrência da grave crise econômica.

Em relação às deportações para El Salvador, Washington invocou uma lei de 1798 que permite a expulsão de “inimigos estrangeiros” sem julgamento, a qual é considerada por Caracas como arcaica. Trump negou a assinatura do decreto, especialmente após um juiz haver criticado o impacto problemático da aplicação dessa antiga lei.

Cabello, ao falar sobre futuras deportações, expressou a expectativa de que o próximo contato por parte dos Estados Unidos fosse para a libertação dos deportados retidos em El Salvador. O governo de Trump anunciou que revogaria o status legal de 532.000 imigrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela que já se encontravam nos Estados Unidos, uma decisão que afetará aproximadamente 155.000 venezuelanos. Desde fevereiro, um total de 1.119 cidadãos venezuelanos foram repatriados, incluindo 566 deportados pelo governo de Trump e os demais que foram transportados pelo governo venezuelano desde o México.

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