Enquanto o governo federal busca apoio no Congresso para sustentar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, apresentada pelo ministro da Justiça, uma nova frente conservadora foi lançada na Câmara Municipal de São Paulo na noite de 14 de agosto. Esta frente, denominada Frente Nacional Contra o Crime Organizado, promove iniciativas que visam endurecer a atuação policial, defender a internação compulsória de dependentes químicos e proibir o financiamento público de eventos de funk.
A formação do grupo é predominantemente composta por vereadores alinhados à direita, mas também recebe apoio de deputados estaduais e federais. A vereadora Amanda Vettorazzo, do partido União Brasil e ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL), foi a responsável por liderar a cerimônia de lançamento. Durante o evento, Vettorazzo enfatizou a responsabilidade do governo federal na questão da segurança pública, criticando a fragilização das leis por parte de autoridades como Lula e Lewandowski.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do MDB, também esteve presente e distribuiu certificados de membro da frente a vários parlamentares municipais. Ele aproveitou a oportunidade para criticar a PEC da Segurança, especialmente a proposta de criação de corregedorias para as forças de segurança. Nunes comentou que o Brasil necessita de legislações mais efetivas para enfrentar os desafios da segurança pública.
Na ocasião, Vettorazzo apresentou um conjunto de vinte projetos de lei que servirão como referências para os outros vereadores da frente. Essas propostas estão organizadas em três eixos principais: cultural, econômico e estrutural. Entre as sugestões estão gratificações para policiais militares, aumento das penalidades para ações do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), institucionalização da internação compulsória de dependentes químicos e a proibição da contratação de artistas que façam letras críticas às forças policiais ou que promovam o uso de drogas.
Adicionalmente, a vereadora revelou uma investigação em andamento sobre um suposto esquema de aborto na cidade, embora não tenha fornecido detalhes adicionais. O capitão da polícia foi convidado para o evento, mas não compareceu.
Em contraponto, a articulação conservadora fez críticas ao governo federal e à PEC da Segurança. Em um evento anterior, realizado por um grupo de advogados progressistas, o ministro Ricardo Lewandowski apontou que a insatisfação popular com o aumento da criminalidade é direcionada aos responsáveis pela administração atual, identificando a figura do presidente Lula como central nessa percepção.
A PEC da Segurança já foi apresentada a líderes partidários na Câmara, com a expectativa de que a proposta seja protocolada em breve.