A Vivest, classificada como o quarto maior fundo de pensão do Brasil, com um montante de R$ 38 bilhões sob sua gestão, registrou um crescimento significativo em seu plano familiar, o Familinvest, que triplicou e atingiu R$ 157 milhões sob administração no último ano. Uma regulação mais abrangente pode viabilizar esse crescimento, embora a competição com os fundos abertos de previdência represente um desafio.
Inicialmente, os planos começaram de forma tímida, mas a adesão tem acelerado. O patrimônio triplicou no último ano, com a maioria dos recursos oriundos de migrações de planos de PGBL do mercado. Em 2019, a Vivest lançou os planos família, permitindo que entidades incluíssem não apenas seus funcionários, mas também parentes até o quarto grau de parentesco, como cônjuges, netos e cunhados.
Com a criação de planos instituídos pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), esses produtos tornaram-se acessíveis a todos os contribuintes do INSS desde o ano passado, ampliando a base de clientes. Isso resultou em um aumento significativo na demanda por portabilidade de fundos abertos de previdência para o plano da Vivest.
Desde o lançamento do plano família, a rentabilidade acumulada foi de 55%, em comparação com 36% dos planos PGBLs no mesmo período, o que é quase equivalente à variação do IPCA. Um dos principais atrativos do plano é seu baixo custo, em torno de 0,2% ao ano, enquanto a maioria dos planos de mercado cobra cerca de 1% anualmente.
Apesar disso, a competição com bancos continua desafiadora, uma vez que essas instituições possuem recursos para campanhas de marketing e ampla capacidade de distribuição, contando com grandes equipes comerciais e diversas agências em todo o Brasil. As fundações, sendo entidades sem fins lucrativos, encontram dificuldades para investir em expansão comercial.
Uma estratégia importante para o crescimento da Vivest tem sido a incorporação de outras fundações. Recentemente, ocorreram aquisições do fundo de pensão da Alpargatas e do grupo farmacêutico Roche, com outras negociações em andamento. A organização percebeu a oportunidade de expandir e aumentar seus recursos, reconhecendo que, como uma entidade madura, sua tendência de longo prazo é a estabilidade, sendo que a falta de ação poderia resultar em uma redução do seu tamanho.
Nos últimos três anos, a Vivest incorporou mais de R$ 2 bilhões com a inclusão de fundos de pensão da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), do grupo Ford, do grupo Roche e recentemente da Alpargatas. O foco da Vivest está posicionado em fundos de previdência de empresas privadas que operam com uma faixa de gestão entre R$ 300 milhões e R$ 3 bilhões, que não têm escala para serem competitivos a longo prazo.