A companhia aérea Voepass protocolou um pedido de recuperação judicial e concessão de liminares, indicando o grupo chileno Latam como “principal responsável” por sua crise financeira, conforme revelaram documentos legais. No pedido, a Voepass mencionou uma dívida total de R$ 209,2 milhões, sendo R$ 162,2 milhões devidos a credores quirografários. A companhia alegou que a Latam exerceu um elevado controle sobre a relação comercial entre as duas empresas e deixou de cumprir obrigações financeiras significativas, além de tomar decisões comerciais prejudiciais.
Após a queda de um de seus aviões no interior de São Paulo em agosto do ano anterior, a Voepass afirmou que a Latam optou por suspender unilateralmente as operações de quatro das dez aeronaves turboélices da empresa, que estavam regulamentadas para operações de codeshare. A Voepass também alegou que a Latam começou a reter, de maneira ilegal, quantias que deveriam ser repassadas à companhia, correspondentes aos custos fixos das aeronaves que permaneciam em solo.
Além disso, a companhia ressaltou que a disputa com a Latam já está sendo tratada em um processo de arbitragem. No pedido de recuperação judicial apresentado ao Judiciário em São Paulo, a Voepass inclui solicitações de liminares, como a manutenção dos slots de pouso e decolagem, a concessão de 120 dias para suspensão de ações e execuções judiciais, e um prazo de 60 dias para a apresentação de um plano de reestruturação.