O ano de 2019 marcou uma mudança significativa para o segmento de corridas da Olympikus. Nesse ano, a marca lançou seu primeiro modelo de tênis da linha Corre, com o intuito de oferecer inovação, tecnologia e alto desempenho aos corredores de rua. Essa estratégia já começa a refletir resultados visíveis, tanto nas competições quanto nos balanços financeiros.
No primeiro trimestre de 2025, a linha Corre foi fundamental para o desenvolvimento da divisão de calçados da Vulcabras, proporcionando um crescimento de 18,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Há cinco anos, o segmento de performance em corrida da Olympikus era insignificante, mas agora representa 20% da receita total da marca. A consolidação da linha Corre e a democratização do acesso à alta performance são destacadas pelos executivos da companhia.
O crescimento de dois dígitos no primeiro trimestre ocorreu mesmo com o aumento de preços ao varejo, algo que os concorrentes não implementaram nesse período. A evolução dos resultados não se deve apenas ao ajuste de preços, mas também a uma margem forte, resultado da combinação de diversos fatores positivos.
A empresa reportou um lucro líquido de R$ 106,1 milhões no primeiro trimestre de 2025, com uma margem líquida de 15,1%, além de manter uma robusta geração de caixa, com um EBITDA de R$ 140,4 milhões, o que corresponde a uma margem de 20%. A receita líquida totalizou R$ 701,2 milhões, apresentando um crescimento de 17,4% em relação ao ano anterior, mantendo a mesma margem bruta, mesmo diante dos ajustes salariais comuns no início do ano.
O canal digital continua a ser um dos principais motores de crescimento da Vulcabras. O e-commerce da empresa teve um aumento de 53,8% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, alcançando um faturamento de R$ 118,4 milhões, representando 16,9% da receita líquida da Vulcabras.
Os investimentos da Vulcabras também aumentaram, com um Capex de R$ 48 milhões no trimestre, superior aos R$ 30 milhões investidos no mesmo período de 2024. Esses recursos estão sendo direcionados principalmente para expandir a capacidade produtiva de calçados tecnológicos, que demandam maquinário específico. A empresa continúa investindo em tecnologia e equipamentos, visando aumentar a eficiência produtiva.
Apesar do aumento nos investimentos, a companhia terminou o trimestre com apenas R$ 10 milhões em dívida líquida, o que equivale a um caixa líquido. Mesmo com os resultados positivos, o cenário competitivo permanece desafiador, com os concorrentes adotando táticas agressivas de preços. As marcas que optam pela produção nacional enfrentam pressões similares, mas somente as marcas da Vulcabras ajustaram seus preços.
O mercado externo representa uma área de atenção, com uma redução de 13% no trimestre, em grande parte devido à fragilidade econômica da Argentina, principal destino das exportações da empresa. Contudo, esse declínio teve um impacto limitado, totalizando cerca de R$ 4 milhões.
As ações da Vulcabras (VULC3) apresentaram uma valorização de 14,2% no ano. No primeiro trimestre, a empresa recomprou 762,2 mil ações, mantendo um total de 3,87 milhões de ações em tesouraria, representando 1,4% do total em circulação. O valor de mercado da Vulcabras é estimado em R$ 4,9 bilhões.
