O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu liberar o personal trainer Pedro Paulo de Aguiar Chaves, que havia sido preso preventivamente pela Polícia Federal (PF). A prisão foi baseada em alegações que foram posteriormente desconsideradas, de que Chaves teria tentado auxiliar um investigado em um caso de corrupção na ocultação de provas durante uma operação de busca e apreensão.
O advogado de Chaves, Thiago Machado, afirmou que o personal demonstrou interesse em colaborar com as investigações e que suas ações foram limitadas a atender um pedido de um conhecido, buscando localizar um celular que teria se perdido em uma discussão conjugal. As investigações confirmaram que Chaves nunca foi alvo da Operação Sisamnes e não possui qualquer ligação com o caso.
Na decisão, Zanin mencionou que a PF indicou uma “substancial alteração no panorama fático” após a oitiva de Chaves, levando à conclusão de que ele não possui vínculos com a organização criminosa sob investigação. O personal trainer foi preso juntamente com o empresário Diego Cavalcante, de quem prestava serviços, ambos acusados de obstrução de justiça, já que a PF apontou que Cavalcante teria ocultado seu próprio celular antes da busca e apreensão realizada em 13 de maio.
O advogado Marcelo Tigre, que representa Cavalcante, solicitou a Zanin a revogação da prisão preventiva de seu cliente desde a última semana. A Procuradoria-Geral da República (PGR) está avaliando esse pedido.
Cavalcante é considerado pela PF como um possível operador do esquema descoberto por meio das atividades do lobista Andreson Gonçalves, embora essa alegação seja contestada por seu advogado. Para justificar a solicitação de liberdade, Tigre apresentou um comprovante emitido pela Apple, indicando que o iPhone de Cavalcante foi levado a uma assistência técnica autorizada em Brasília em 10 de maio, poucos dias antes da operação da PF em sua residência.
Tigre declarou que a defesa espera a revogação imediata da prisão, afirmando que, na hipótese de obstrução de justiça, poder-se-ia tratar de um crime impossível, já que o documento da Apple serve como prova digital confiável. Ele argumentou que não se pode ocultar algo que não existe na posse de Cavalcante.