O presidente dos Estados Unidos expressou neste domingo, 27, a sua crença de que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pode estar disposto a ceder a Crimeia à Rússia. A península foi anexada pela Rússia em 2014. A afirmação contradiz declarações anteriores de autoridades ucranianas e foi feita um dia após uma reunião entre Trump e Zelensky no Vaticano.
Ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de Zelensky aceitar a anexação, Trump respondeu afirmativamente. No dia 25, a agência de notícias Reuters apresentou dois planos de paz relacionados à guerra na Ucrânia, ambos sugerindo que a Rússia manteria os territórios que ocupou, incluindo a Crimeia e quatro regiões adicionais da Ucrânia, anexadas em 2022: Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Luhansk.
Apesar de seus comentários sobre a Crimeia, o presidente dos Estados Unidos também expressou apoio a Zelensky, dizendo que o líder ucraniano “deseja fazer algo de bom pelo seu país” e “está trabalhando arduamente”. Ao refletir sobre a reunião, Trump manifestou estar “surpreso e decepcionado” e comentou sobre sua relação com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com quem tem se aproximado desde seu retorno à Casa Branca, em 20 de janeiro.
Trump não forneceu detalhes, mas sugeriu que em cerca de duas semanas daria mais informações sobre a situação, mencionando que a Rússia está enfrentando grandes perdas, com estimativas de 3 a 4 mil mortes por semana. Além disso, ele informou que a relação com Zelensky melhorou após a reunião no Vaticano, afirmando que o vínculo “nunca foi ruim” e que o desacordo que tiveram foi apenas uma “pequena discussão”.
Na semana anterior, Zelensky declarou que não aceitaria o reconhecimento da anexação da Crimeia pela Rússia, ressaltando que a península pertence ao povo ucraniano. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, apoiou esse posicionamento, afirmando que a proposta dos Estados Unidos se assemelha a uma capitulação, embora reconhecesse que a Ucrânia poderia ter que lidar com concessões territoriais em negociações de paz. Pistorius enfatizou que a Ucrânia poderia ter atingido resultados há um ano que estavam incluídos na proposta de Trump, considerando a situação atual desprovida de valor agregado.
